Ensinemos os nossos alunos a voar!
Não concebo um mundo sem magia, sem fantasia, sem criatividade e acho que, tal como aprendemos a andar de bicicleta com muito treino e muitas quedas, também temos de aprender a usar a imaginação, a treiná-la e a deixarmo-nos levar por ela.
Quão felizes são os que conseguem atingir esse patamar! A vida passa a ser vista com outros olhos e os momentos maus são mais facilmente ultrapassados. Isto é o mesmo que dizer “seja otimista, veja a vida com bons olhos”.
Quando estou na “fossa”, é quando escrevo mais. A mente distrai-se com outras coisas, com outros enredos a que procura dar um desenvolvimento coerente e recupera. É claro que é mais fácil falar do que “fazer”, mas é verdade. Eu prefiro escrever as minhas próprias fantasias, outros preferem ir buscá-las aos livros em que se refugiam, aos filmes ou até à música. Há quem faça relaxamento e parta para outras “paragens”, há quem pratique ioga, há quem recorra a atividades paramédicas ou às medicinas alternativas, há quem faça atividade física - jogging, natação, bicicleta, corrida… ou pratique desporto.
Não sei se se poderá meter tudo no mesmo saco. É natural que não, mas o que interessa é que cada qual procure ou deva procurar a melhor maneira para fugir ao stresse, ao cansaço psíquico, aos desgostos,… aquela com a qual se identifique perfeitamente e que produza os efeitos desejados.
O homem é como uma panela de pressão. Esta vai subindo, subindo até atingir um nível crítico, para o qual só há duas hipóteses: deixar escapar a pressão ou esperar que a panela rebente e espalhe o seu conteúdo por todos os cantos.
Não podemos permitir que isso aconteça. Todos devemos conhecer os nossos limites e mantermo-nos dentro deles, porque o risco envolve outros necessariamente, quantas vezes meras testemunhas casuais, que não provocaram a situação nem têm de sofrer as consequências.
Nós, educadores, temos uma vida complicada. Não é fácil educar os jovens atuais da mesma forma que também não é fácil viver neste século XXI. A tecnologia e as facilidades não trouxeram benefícios à sociedade. Pelo contrário, tornaram-na mais competitiva, mais stressada, mais individualista, mais ansiosa, permanentemente insatisfeita e sem tempo para nada, nem para se conhecer a si própria.
A comunidade deixou de ser uma, una, plural e passou a ser a soma das individualidades de todos os seus constituintes. Deixámos de fantasiar coletivamente, de sonhar e, por isso mesmo, é mais difícil construir, projetar.
Há um bom remédio ao alcance da mão! Ensinemos os nossos alunos a voar!