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Doença ou guerra… venha o diabo e escolha!

Teresa Portal
Opinião \ quinta-feira, março 24, 2022
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Mais uma vez olho absorta a folha ainda em branco não por falta de ecos, mas pela multiplicidade dos que ressoam nos escaninhos da memória e do pensamento passado e presente. Torna difícil escolher um

 

O melhor será deixar que as ideias escorram pelas paredes auditivas e deixá-las prosseguir caminho mecanicamente pelo braço até à mão que segura o marcador preto de ponta fina. Um exercício extremamente gratificante e libertador, catártico até, se atentarmos no “drama” que tem vivido a escola pública e os seus professores e a sociedade civil portuguesa e mundial atualmente. Não é exagero, é uma constatação.

Em Portugal, todas as conquistas de abril (faz 48 anos, mais do que a ditadura) conseguidas com “sangue, suor e lágrimas”, passo a expressão hiperbólica, foram lançadas praticamente para o caixote do lixo e a escola pública quase voltou à estaca zero, corrijo, está numa situação pior, porque, naquela altura, o professor era respeitado pelos pais e pelos alunos.

É por demais conhecido (ou até talvez não) que a “dita” não respeitava os direitos de ninguém nem havia direitos que, por enquanto, ainda não foram sonegados, como por exemplo o direito de associação e de liberdade de expressão. Quanto a este último passámos de um extremo ao outro. Se queremos “respeito mútuo”, o exemplo tem de vir de cima e hoje, às claras, insulta-se o Presidente da República, o Primeiro Ministro, seja quem for, pratique qualquer religião e pertença a um qualquer partido com assento ou não na Assembleia da República. Os próprios deputados, autarcas, ministros insultam-se entre si, por vezes, em gíria e português chulo. Parece que a “má educação” se impôs como norma, por isso, se os alunos insultam os pais em casa ou os ouvem a insultar este ou aquele e depois seguem o modelo… como é que a educação pode existir nas escolas?

O/A jovem passa muito tempo na escola, demasiado é um facto, mas se não for nesse “contentor gigantesco”, onde ainda vai sendo “vigiado/a”, conduzido7a e até acarinhado/a, para onde o/a vamos enviar? Para um centro de estudos, onde vai ter mais do mesmo e quantas vezes com uma qualidade muito duvidosa? Para uma casa vazia onde não pode ou não deveria estar sozinho/a, por ser menor, sem supervisão de um adulto? Para a rua, onde os perigos são bem mais reais, porque ao alcance da mão? Para casa de um familiar que quantas vezes só tem esse nome sem ter os comportamentos e atitudes desejados?

Tempos difíceis estes em que, para se pôr “pão” na mesa, os pais se têm de desdobrar e cumprir horários no emprego quantas vezes desumanos, para o poderem segurar ou ainda fazerem horas extras para conseguirem arrecadar mais alguns euros!

E, como se não bastasse, apareceu o maldito vírus que, há mais de dois anos, destrói, desune, mata e confina. As pessoas conscientes fecharam-se em casa, procuraram proteger-se da doença, cumpriram as indicações da OMS e do SNS24; as outras, inconscientes e completamente estupidificadas, ainda continuam sem entender o que enfrentamos e andam à solta, cabriolando por aqui e por ali e espalhando o vírus. Ainda bem que a grande maioria já apanhou as três doses da vacina mas ainda há muitos que não apanharam nenhuma.

E, quando já tudo parecia que ia finalmente acalmar, vem a maldita da guerra com esse senhor que surgiu do KGB e se impôs e pretende fazer o que outro fez há cerca de 75 anos. Um novo ditador que se quer impor ao mundo. Quer agora recuperar a URSS? Em que mundo é que vive? No mundo da lua? E nem as sanções dos países do Ocidente, a União Europeia em especial, fazem refletir esse homem que, durante vinte anos, andou a minar, a roubar às descaradas (dizem que tem uma das maiores fortunas do mundo, se não a maior!) e que ninguém faz calar. Como é que se pode pactuar com situações assim? Desgraçados dos ucranianos que merecem todo o apoio e os russos, os criminosos escolhidos s dedo que andam a espalhar e a comandar a guerra, deviam ser enfiados em guetos e exterminados. Não foi isso que fizeram? O mundo não se organiza por ciclos temporais?

Já estamos muitos? O planeta não comporta? É necessário matar uns milhões? Guerra nuclear, nem pensar! Ponha-se cá fora um vírus. Não chegou? Um idiota que invente uma guerra contra quem não se pode defender…

Há alturas em que tenho vergonha de pertencer ao género humano e, particularmente, hoje, que é o Dia Internacional da Mulher. Um bom dia para todas as mulheres em especial, porque a igualdade de género é coisa que ainda só está no papel. Depois falamos disso…

Cuidem-se, sejam felizes e que a maldita da guerra acabe com esse senhor engavetado na Sibéria.