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Briteiros celebra a Arqueologia do século XX

Gonçalo Cruz
Opinião \ quinta-feira, julho 06, 2017
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A descoberta do Balneário Sul da Citânia, em Setembro de 1930, com uma segunda Pedra Formosa, desencadeou um avanço significativo dos conhecimentos sobre a denominada "Cultura Castreja".

Excursionistas no Balneário Sul da Citânia de Briteiros. Arquivo da SMS, década de 1930.

O evento de recriação histórica que a Casa do Povo de Briteiros tem vindo a realizar anualmente na Citânia de Briteiros, conhecido como “Citânia Viva”, terá este ano uma temática diferente, sendo embora igualmente inspirada na época castreja. Procurando inovar a programação e dar a conhecer aspectos menos conhecidos do que é a longa e rica história dos estudos arqueológicos em torno da Citânia, a edição de 2017, a realizar-se em Setembro, terá como tema central a Arqueologia do século XX e os acontecimentos que se deram após a morte de Martins Sarmento.

Com efeito, a descoberta do Balneário Sul da Citânia, em Setembro de 1930, com uma segunda Pedra Formosa, idêntica à célebre peça encontrada nos finais do século XVII, desencadeou um avanço significativo dos conhecimentos sobre a denominada "Cultura Castreja", uma expressão desenvolvida sobretudo a partir desta época. Ainda que os balneários pré-romanos fossem então interpretados como tendo uma função definida pelo nome genérico de "monumento funerário", a descoberta permitiu reinterpretar o posicionamento da Pedra Formosa, como parte integrante de um edifício idêntico.

Ricardo de Freitas Ribeiro, Director da Sociedade Martins Sarmento responsável pelas estações arqueológicas e Mário Cardozo, Presidente da Direção da SMS durante mais de quarenta anos, são figuras centrais no espectáculo "O Sonho de Sarmento", encenado por Bruno Laborinho, que será representado no Solar da Ponte.

Também o Solar da Ponte, em Briteiros, será novamente palco de uma tradicional "festada" popular, à semelhança do que acontecia nos tempos de Sarmento e ao longo de quase todo o século XX, mesmo quando o emblemático edifício se encontrava em estado avançado de degradação. Haverá também lugar para uma encenação de um ritual castrejo no Balneário Sul da Citânia.

Em resumo, teremos uma boa oportunidade para conhecer a história de Briteiros no século XX e a evolução dos estudos arqueológicos, e verificar como, por vezes, a História e a cultura popular se cruzam, tão ao gosto de Francisco Martins Sarmento.

Nota da Redação: a recriação histórica Citânia Viva esteve inicialmente marcada para os dias 14 e 15 de julho, mas foi entretanto adiada para o mês de setembro, em dias ainda a anunciar pelos promotores da iniciativa.