Ambiente em Guimarães – versão Natalícia
Contagiado pelo espírito natalício, prometi a mim mesmo que este texto seria menos contundente que o habitual, e teria uma mensagem positiva e de esperança no futuro. Assim, ao invés de fazer uma análise crítica sobre um tema específico, propus-me fazer o balanço ambiental do ano que passou e perspetivar o que aí vem.
Confesso que percorrer o histórico de notícias sobre ambiente em Guimarães me deixou profundamente irritado, e com uma tal incontinência verbal que me vi forçado a estabelecer um acordo com a promessa feita, quebrando-a nesta nota introdutória.
Adquiri intolerância à forma falaciosa e provincial como nos é comunicada a “informação” (propaganda) sobre ambiente. Já não aguento os méritos exagerados e a ocultação ou adulteração do que não é positivo. Dito isto, vamos lá a ser positivo!
Balanço ambiental de 2018:
Para o ambiente em Guimarães, o ano que passou foi de “excelência” e uma “referência” para Portugal, Europa e Mundo. Peço desculpa, e o favor de ignorarem este último comentário, o sarcasmo não é positivo.
Mas não sendo de excelência, se não formos exigentes em termos de substância, e ignoramos a perspetiva do custo de oportunidade, o 2018 até foi um ano bastante positivo.
Apesar de não ter chegado à fase final na eleição de Capital Verde Europeia, Guimarães conseguiu um honroso quinto lugar entre treze concorrentes, tendo mesmo ficado em segundo do ranking em alguns indicadores. Além disso, Guimarães foi o município mais sustentável de Portugal pelo segundo ano consecutivo, e foi também Cidade de Excelência de nível III.
Foi finalmente apresentado o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, houve uma determinação firme no combate à poluição dos rios, as Brigadas Verdes parecem cogumelos, as Eco-Escolas multiplicam-se e nascem Eco-Freguesias XXI.
Foi medida a Pegada Ecológica do municíoio, inaugurada a Ciclovia, anunciado o alargamento do PAYT, dinamizada a Incubadora de Base Rural, e até temos um novo projeto de inovação, o “Papa-Cócós”.
E por último, uma referência para a nova Estrutura de Missão Guimarães 2030.
O 2019 e seguintes:
É precisamente nesta nova Estrutura de Missão que deposito a minha esperança para o futuro do ambiente em Guimarães. Tenho alguma expectativa, ainda que moderada, que esta estrutura possa mudar a forma como atualmente se faz a governança neste domínio, incorporando numa atitude humilde os atores locais no processo, e que essa envolvência venha a despertar consciências, porque é precisamente em cada um de nós, cidadãos, que reside o potencial de um futuro sustentável.
Feliz Natal e um bom Ano Novo.