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A falta de educação

Teresa Portal
Opinião \ quinta-feira, junho 20, 2024
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Não há respeito por nada nem por ninguém. Os valores básicos que regem a vida, o indivíduo, a família, o estado, bem como os direitos consignados nas constituições são atropelados e nada acontece.

Os genes são uma coisa engraçada. Tanto passam as características físicas e as doenças como as manias, os dons, os tiques e os traços de genialidade e/ou estupidez, atrevo-me a dizer. É claro que essa estrada da hereditariedade não serve de desculpa à má educação, aos comportamentos impróprios, à preguiça, à idiotice, mas… dá uma pequena ajuda.

Importa é a “educação” recebida e o meio que nos cerca. Somos também o produto da nossa educação ou “des”educação. São fatores exteriores a nós, principalmente os educadores que nos saíram na rifa, nomeadamente pais e professores, que marcaram a diferença.

A falta de investimento na educação e os joguinhos do rato e do gato com que o governo presente vida de cada um (pessoal, social, profissional) fizeram/ fazem com que a dita falta de educação chegasse/chegue a todos os lugares e pessoas, das escolas à Assembleia da República, dos jovens aos próprios governantes. Nem os tribunais, que deviam precaver e sancionar situações absolutamente inadmissíveis, escaparam ao flagelo!

Ninguém vai preso neste reino de Portugal (nem em reino nenhum, já agora!), a não ser os ladrõezecos que desviaram o do alheio e não têm ninguém de “peso” que os defenda com hábeis manobras de cintura para enganar a justiça, já que os grandes “tubarões”, os “verdadeiros criminosos” se sentam à mesa com os juízes e tratam por tu a justiça untando-lhe os suportes dos pratos da balança. Como podemos falar em educação, quando a falta dela vem de cima? Que belo espectáculo podemos ver nas Assembleias do nosso e de outros países!

Na grosseria, nas quebras de regulamentos e das leis, na utilização de vocabulário impróprio não estamos na cauda da Europa ou do mundo! Acho que todos os países e gentes, sem exceção, ocupam o primeiro lugar ex-aequo, pelo que a má educação se tornou uma pandemia a nível mundial. Mas, embora se desconheça a cura, ninguém está preocupado nem em pânico nem se conhecem quites para utilização em caso de primeira urgência.

Não há respeito por nada nem por ninguém. Os valores básicos que regem a vida, o indivíduo, a família, o estado, bem como os direitos consignados nas constituições são atropelados e nada acontece. Vieram as vacinas da Covid-19 com consequências visíveis que ninguém quer aceitar. Mais uma vez se tapa o sol com a peneira.

Porém, a má educação e a imbecilidade são outra pandemia que se tem de tratar urgentemente. Alguém procura uma “vacina” para acabar com ela? Pais e filhos estão no mesmo plano.

Mas eu falava dos genes e da hereditariedade e desviei-me pelos quelhos, pois também há traços e características comuns a um povo para o bem e para o mal e porque estive num Retiro em que a maioria eram escritores professores. No cômputo, os portugueses são boas pessoas, amigas do seu amigo, acolhedoras, bem-dispostas, mas com saudades de tudo e de nada e um temperamento um tanto ou quanto depressivo, já não falo falando do meu romance «Cartas ao meu eu do outro lado do espelho», a que o fado acrescenta uma pitadinha, quem sabe… ou talvez porque os portugueses têm um ADN único na Europa, diz um artigo que postei hoje, 16 de junho, sobre as características do nosso ADN, exaradas numa tese de doutoramento. Aconselho a sua leitura. Realmente, somos únicos.