Viela do Canto: PS aprova reversão, mas sem a unanimidade pretendida
À terceira Assembleia de Freguesia, após uma ampla discussão, a proposta da Junta de Freguesia relativa à reversão do acordo firmado pela Assembleia de Freguesia de Caldelas em 1997 relativo à Viela do Canto foi finalmente votada, mas sem “o consenso alargado” pretendido pelo executivo liderado por Luís Soares. A proposta foi aprovada apenas com os votos favoráveis da maioria socialista e com votos contra da oposição.
“A Junta, com o objetivo de ter unanimidade desta assembleia, propôs que a sua proposta original fosse adaptada de forma a que o PSD pudesse acompanhar o PS e a Junta numa posição conjunta no contacto que se pretende estabelecer com o atual proprietário no terreno da Viela do Canto, o que reforçaria a posição da Junta”, começou por introduzir Luís Soares na discussão do derradeiro ponto da Assembleia de Freguesia Ordinária. O autarca continuou dizendo que “o PSD entendeu que não era adequado ou proporcional a reversão judicial, mas estaria disponível para acompanhar uma proposta em que essa parte judicial fosse excluída”, considerando que a nova proposta – votada no dia 27 de dezembro – expressaria “um consenso da Assembleia de Freguesia”.
Contudo, esta não foi a visão da oposição, que na primeira intervenção neste ponto, por Constantino Veiga, anunciou de imediato o voto contra. “Não posso ir contra a vontade daquelas pessoas. Acho que o senhor como representante dos cidadãos da freguesia é uma competência sua abordar os residentes na possibilidade de se poder abrir a viela. Não o fez, eu e a bancada do PSD vamos votar contra”, disse, sendo que em seguida também Manuel Ribeiro levantou dúvidas quanto ao processo.
“Discuto este ponto pela última vez. Não o discuto mais, vota-se e cada um assume as suas responsabilidades e a Junta assumirá as suas”, replicou Luís Soares depois de fazer a cronologia das últimas assembleias e os passos dados sobre esta matéria. Manuel Ribeiro usou da palavra para dar nota que, na visão da oposição, a proposta continuava a ser muito abrangente e não vai de encontro às pretensões desta força partidária. “O PSD concorda que sejam feitas todas as diligências possíveis e imaginárias para que seja feito um acordo amigável para a abertura da Viela do Canto”, sublinhou. Constantino Veiga solicitou ainda que esta questão devia ficar em ata, pois “pode vir a criar problemas à freguesia no futuro”.
Antes da votação, na condição de deputado António Joaquim Oliveira também se pronunciou, dizendo que na sua ótica, a postura da Junta é “a mais correta” ao “perguntar à Assembleia, órgão deliberativo e fiscalizador da Junta, para resolver o problema”. Na votação, a proposta foi, então, aprovada com oito votos favoráveis da maioria socialista contra cinco votos contra da oposição.
