Vibração feminina domina a 10ª edição do GUIdance
Rui Torrinha, da “A Oficina”, na apresentação oficial desta 10ª edição, foi dando conta dos espetáculos que vão acontecer entre 6 e 16 de fevereiro.
O festival arranca na quinta-feira, 6 fevereiro, com o regresso de Tânia Carvalho ao palco do grande auditório do CCVF. Depois de ter estreado “Captado pela Intuição”, em 2017, regressa para apresentar “Onironauta”.
Na noite seguinte, mas agora no pequeno auditório, e à mesma hora, 21h30, decorre a primeira estreia nacional. Vera Monteiro e Jonathan Uliel Saldanha, depois de terem estreado “ESPLENDOR E DISMORFIA”, no festival d’Avignon, em espaço aberto, apresentam idêntica peça, agora em espaço fechado.
A primeira semana do GUIdance termina no sábado, dia 8 fevereiro, com dois espetáculos. Durante a tarde, pelas 18H30, na black box do CIAJG, Joana Castro apresenta uma estreia absoluta, “Rite of Decay”. Presente na conferência de imprensa, deu conta que se trata de uma intervenção pensada há dois anos e onde se questiona “o que é que andamos aqui a fazer?”, num mundo capitalista, “onde a preocupação maior é o produto e não o processo”. À noite, pelas 21H30, outro dos grandes momentos esperados. Akram Khan estreia em Portugal a sua composição “Company outwitting the devil”, onde, no palco do grande auditório do CCVF, o diabo é, “na verdade, o homem – uma criatura capaz de destruir tudo e todos ao seu redor”.
A segunda semana arranca na quarta-feira, 12 de fevereiro, da melhor forma, com o segundo espetáculo de Vera Mantero para o GUIdance. Apresentará “Os serrenhos do Caldeirão, exercícios em antropologia ficcional”, onde a desertificação e a desumanização da Serra do Caldeirão, no Algarve, vão estar no pequeno auditório do CCF, pelas 21H30. Numa emissão vídeo em direto, Vera Mantero deu conta da enorme satisfação por, de certa forma, dominar a edição de um dos poucos festivais de dança contemporânea do país.
Marlene Monteiro Freitas apresenta “Bacantes – prelúdio para uma purga”, na noite de quinta-feira, dia 13 de fevereiro. Rui Torrinha referiu que não foi fácil trazer a Guimarães a coreógrafa que tem marcado e reescrito a dança. No grande auditório do CCVF será reescrita a tragédia grega de Eurípides.
A 14 de fevereiro, será a vez de Sofia Dias & Vítor Roriz tomarem conta do palco do pequeno auditório do CCVF, para apresentarem “O que não acontece”.
No sábado, o dia reparte-se por três espetáculos. Pelas 16h, a oferta passa por um atelier performativo especialmente pensado para as crianças, proporcionando-lhes um papel ativo e criador, proporcionado por Fernanda Fragateiro e Aldara Bizarro, com a “Caixa para guardar o vazio”, no CIAJG. Pelas 18H30, no CIAJG, agora na black box, outra estreia absoluta a cargo de Elizabete Francisca que apresenta “Dias contados”, um olhar sobre a conceção de comunidade, território e pertença. O penúltimo dia termina no CCVF, onde a canadiana Marie Chouinard, apresenta, em estreia nacional, “The rite of Spring + Henry MIchaud: mouvements”.
A 10ª edição do GUIdance termina com outra estreia nacional, através de Naif Production, que apresentará “Des gestes blancs”, encenação vivida entre “Sylvain e Charlie Bouillet, pai e filho de 8 anos, que exploram um relacionamento altamente físico e emocional”, pelas 16H00, no CCVF.
Adelina Pinto, nesta sessão de lançamento do GUIdance, reforçou a ideia que este festival é um dos elementos diferenciadores da cidade, em termos culturais.
Com um orçamento de 175 mil euros, serão onze espetáculos que vão passar pelos palcos do CCVF e do CIAjG entre 6 e 16 de fevereiro. Como complemento a este festival decorrerão diversas masterclasses e outras atividades de formação.