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Uma taipense num "momento histórico": a 1.ª Volta a Portugal feminina

Redação
Desporto \ quinta-feira, setembro 02, 2021
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Rita Lopes vai correr pela Academia de Ciclismo de Paredes.

"Pudesse eu explicar-vos o que significa aos meus olhos", tenta enquadrar a ciclista Ilda Pereira. Fala a propósito da 1.ª Volta a Portugal Feminina que sai esta quinta-feira para as estradas portuguesas. O pelotão composto por 14 equipas vai ter pela frente quatro etapas e cerca de 260 quilómetros para percorrer a inaudita prova entre o dia 02 e 05 de setembro. No conjunto à partida da primeira etapa, em Cacilhas, concelho de Almada, duas vimaranenses: Ilda Pereira e Rita Lopes. A triatleta, natural de Caldas das Taipas, também vai fazer parte daquele que será, segundo o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, um "evento de referência" que "ficará na história do ciclismo português". Vai correr pela Academia de Ciclismo de Paredes.

"É simbólico, mas é uma enorme conquista. Uma conquista de uma comunidade que. paulatinamente, com ideias de futuro mas respeito pelas histórias ancoradas no tempo, sonha, desenha e faz acontecer", descreve Ilda Pereira. A ciclista natural de São Torcato vai competir pela Korpo Activo/Penacova, naquela que será a primeira competição desde o incidente sofrido em junho. "Com muita expectativa, volto à competição após o incidente durante a prova de BTT por etapas em Itália, 15 dias de internamento e dois meses de recuperação. Será fantástico voltar a integrar a formação "canarinha", estar em competição e fazer parte do pelotão histórico".

"A sua importância é inequívoca, por um lado pelo simbolismo que encerra no contributo para o desígnio da igualdade de género no desporto, mas sobretudo pelo facto de ter como alicerce o efetivo desenvolvimento do ciclismo feminino em Portugal. Trata-se de um evento de referência do calendário nacional e internacional da modalidade para o ano de 2021", reitera o secretário de Estado no guia técnico da prova.

"O percurso é um itinerário geográfico, mas também histórico e de memória, ligando este momento inicial da Volta a Portugal Feminina à primeira edição da Volta masculina, mas também recordando figuras emblemáticas do ciclismo feminino nacional, como Oceana Zarco", realça a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).

Citado pela FPC, o presidente do organismo, Delmino Pereira, aponta a corrida como "uma motivação para as mais jovens ciclistas prosseguirem as suas pedaladas de desenvolvimento desportivo" e atrair novas praticantes. O regulamento da prova cifra o "total geral dos prémios distribuídos na prova" em 6 900 euros.