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“Um marco com quase trinta anos”: Santo Estêvão já tem um novo cemitério

Bruno José Ferreira
Freguesias \ domingo, agosto 15, 2021
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Necessidade premente da comunidade, uma batalha que já leva quase três décadas. Foi este domingo inaugurada, finalmente, a 1.ª fase do novo cemitério de Santo Estêvão, a plataforma de campas.

A comunidade deu as mãos e, após a missa dominical, foi oficializada uma ânsia antiga de Santo Estêvão de Briteiros. A freguesia tem um novo cemitério, estando resolvido o problema da falta de sepulturas.

“Teríamos de recuar até aos anos 90 para se perceber a importância do que se está aqui a fazer ”, referiu Vítor Pais, presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão e Donim na cerimónia de inauguração.

“A nossa freguesia tem muitas coisas boas, mas tinha um calcanhar d’Aquiles: não tínhamos local para sepultar os nossos entes queridos. Era necessário dizer às famílias que os seus entes queridos tinham de ser sepultados em locais partilhados. Hoje temos onde depositar os nossos entes queridos com respeito e com as devidas condições”, frisou o presidente da junta.

A obra de edificação da plataforma de campas iniciou-se em março do ano passado, após vários anos de litígio com os proprietários de parte do terreno. Um litígio que se arrastou e acabou por ser resolvido por expropriação.

“Foi um processo demasiado demorado e com demasiadas dificuldades, devido a pessoas que puseram pedras num caminho onde elas não existiam. Queríamos que o resto estivesse concluído, mas não está por causa dessas mesmas pedras. Tivemos sempre a comunidade do nosso lado e em breve o concurso para a restante fase, o estacionamento e a zona envolvente, estará a decorrer”, vincou Vítor Pais.

Resquício desse mesmo conflito, numa residência contígua ao novo cemitério de Santo Estêvão, foi colocada uma tarja em que podia ler-se “Não têm vergonha! Inauguração no terreno roubado. Abuso de poder”.

Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, também marcou presença na inauguração e elogiou o “espaço muito bonito que integra a centralidade de Briteiros Santo Estêvão”, tornando esta zona, junto à igreja, “um espaço de encontro e identidade” para a população.

“Temos aqui um espaço de dignidade para os que faleceram e para os que têm a memória e a saudade das pessoas que foram partir”, atirou Domingos Bragança, fazendo alusão às dificuldades que esta obra acarretou, mas mostrando convicção para o avanço da segunda fase.