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Um Grupo – recreativo e cultural – de olhos postos nas “bodas de ouro"

Pedro C. Esteves
Cultura \ segunda-feira, abril 04, 2022
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Festividades dos 46 anos do Grupo Recreativo e Cultural de Barco já arrancaram. No dia 10 de abril há uma caminhada solidária de recolha de bens para a Ucrânia.

Em São Cláudio de Barco, olhos atentos começaram a demorar-se em imagens de outros tempos em pleno Largo da Igreja. Eram retratos de tempos idos – e que, por aquela altura, puderam ser revisitados. Isto porque está, desde o final do mês de agosto, patente uma exposição com 40 fotografias angariadas pelo Grupo Cultural e Recreativo de Barco. A instalação “Fanfarras e Romarias” retrata o passado de uma comunidade, mas também giza planos futuros desta coletividade que celebrou mais um aniversário no dia 28 de março – e que se aproxima a passos largos para a celebração dos 50 anos. “Com esta exposição queremos também lembrar aquela que é a grande romaria de Barco: a de Nossa Senhora dos Remédios”, frisa o dirigente do Grupo, José Miranda, em declarações ao Reflexo.

Nos 40 “espelhos” cabem vidas de muitas pessoas com “80 ou 90 anos” que, segundo José Miranda, ainda se reconhecem nas fotografias retiradas das gavetas e encontradas “com ajuda de amigos” desta coletividade a norte do concelho: a Câmara Municipal de Guimarães, Junta de Freguesia de Barco, Jornal “Reflexo”, Paróquia de Barco e Carlos Marques apoiaram a divulgação.

O grupo nunca teve problemas em encontrar “amigos”. Sem fanfarra e atividades que exigiam o contacto próximo, a exposição foi uma forma de aproximar; de “juntar as pessoas”. “Já partimos para os 46 anos, sem parar um dia. Com altos e baixos, mas nunca parou. Mesmo assim, com a pandemia, mexemos sempre. Tem um significado e um carinho incrível ver o reconhecimento e o retorno por parte das pessoas”, explica o dirigente.

Com as restrições a serem lentamente levantadas, o GRC, que, como outras coletividades concelhias, precisava do contacto e da proximidade, viu, com o retomar das atividades, a fanfarra “a aparecer em peso”. “Pessoalmente, entendo que o grupo tem um papel preponderante na freguesia, na parte cultural e recreativa. Das freguesias vizinhas participa muita gente nos nossos eventos, muitas  pessoas de fora, é um grupo aberto à sociedade e vemos que o nosso esforço é compensado”, atira, como explicação para o não desagregar das tropas. E é com o objetivo de aproximar pessoas do grupo que há a intenção de levar a exposição às Taipas aquando da Senhora dos Remédios.

“Precisamos de uma coisa grande”

O GRC Barco – que já abriu as atividades, com a festa de natal e o tradicional magusto, por exemplo – hasteou a bandeira no dia 28 de março para assinalar os 46 anos. A comemoração estende-se até abril, já com atividades de grupo – algo que não foi possível aquando da celebração dos 45.

“Para já ainda não da para fazer o que desejávamos fazer, vamos fazer as coisas de uma forma diferente. No dia 03 de abril fazemos a romagem ao cemitério, o desfile da fanfarra e a missa. No dia 10, vamos organizar uma caminhada solidária a favor da Ucrânia. Contamos ter bastantes pessoas. Começamos em Barco e vamos até às Taipas, ao Parque de Lazer da Praia Seca”, adianta o presidente da coletividade.

Quem celebra 46, vê os 50 ao virar da esquina. E José Miranda salienta que o grupo está perto de ouvir “o click” para começar a trabalhar nas comemorações. “Precisamos de fazer uma coisa grande nas bodas de prata. É uma vida e não é fácil lá chegar. Somos um grupo que não parou um segundo só”, diz. O programa vai ser preparado “com muita atenção e detalhe”. Preparam-se intervenções nas instalações da associação oficializada em Março de 1976 para serem inauguradas aquando da chegada aos 50.

Nota: este artigo integra o suplemento acerca da freguesia de Barco na edição em papel do Reflexo. No título deste artigo faz-se referência a "bodas de prata", nomenclatura incorreta para designar a feitura de 50 anos. Aos leitores e à instituição, o Reflexo pede desculpa.