Turitermas: contrato programa para 2024 ascende meio milhão de euros
Foi aprovado esta quarta-feira, em reunião de câmara, o contrato-programa entre o município e a Cooperativa Taipas Turitermas para o ano 2024, que implica a transferência de uma verba superior a meio milhão de euros, numa tendência crescente que se tem vindo a verificar nos últimos anos.
O valor exato corresponde a quase 550 mil euros (€549.780,36), o que se traduz num aumento de 10,4% face aos 498 mil euros deste ano. Na agenda da reunião de câmara, é feito o enquadramento da cooperativa, sendo este contrato-programa justificado com a necessidade de manter os “preços sociais” praticados.
A oposição absteve-se na votação deste ponto, com Eduardo Fernandes a vincar que este “aumento de valor serve para cobrir défices de exploração”, argumentando que não são praticados preços sociais. “Analisando o mercado”, o vereador social-democrata compara os preços praticados na Taipas Turitermas com os que se praticam em Vizela ou no Gerês, questionando o presidente da câmara: “Continua a achar que a Taipas Turitermas pratica preços sociais?”
A terminar, Eduardo Fernandes referiu que o município já “fez de tudo para salvar a cooperativa e bateu sempre na porta do Tribunal de Contas”, propondo, uma vez mais, que a câmara ceda a sua posição maioritária a privados. “Poupava meio milhão de euros” e, defendeu, “os serviços não deixariam de existir”.
Câmara aberta a "qualquer modelo"
Em resposta, o presidente da câmara disser ser “adverso a transferir valores para cobrir prejuízos”, a menos que se verifiquem “razões excecionais”, considerando que “se estamos num processo para salvar a cooperativa está criada a excecionalidade”. Domingos Bragança adiantou que, após a pandemia, “este ano os resultados da exploração são positivos” e esclareceu que os preços sociais são “comprovados tecnicamente”.
De resto, o líder máximo do município acrescentou que “não existe mercado de concorrência nas estâncias termais”, na medida em que cada água tem as suas particularidades e estamos a falar de “serviços de saúde”. Ainda assim, Bragança diz estar “aberto a qualquer modelo”, mas aponta que “do ponto de vista privado a história da Taipas Termal não é uma boa história”: “Na década de oitenta aquilo estava em privados e estava na ruína, uma desgraça, foi preciso a câmara intervir para salvar”.
O presidente da câmara finalizou dizendo que “a câmara não está disponível para financiar ineficiências”, mas “é bom que se perceba o valor histórico para a vila das Taipas e para Guimarães da vertente termal: o facto de se dizer instância termal das Taipas é excecional, é nossa obrigação dar sustentabilidade a isto”.