“Trânsito caótico” discutido na câmara: “É preciso alterar comportamentos”
O trânsito “caótico” nas Taipas, no entender do vereador Hugo Ribeiro, foi tema de análise esta quinta-feira na reunião quinzenal do executivo vimaranense, com a oposição a alertar a Câmara Municipal de Guimarães para os “constrangimentos que se têm notado em horas de ponta” na vila.
Antes da ordem do dia, o vereador referiu que “em hora de ponta fica tudo parado”, acrescentando que “neste momento os transportes públicos que passam pelas Taipas não conseguem cumprir horários”, pelo que, no seu entender, é inconcebível que “a circulação e trânsito não funcione numa obra de mais de 4 milhões de euros”.
Questionando o executivo quanto à resolução deste problema, Hugo Ribeiro elencou que “as Taipas é uma zona de passagem em vários sentidos”, pelo que “fazer o trânsito a confluir para as duas escolas cria um problema que tem de se resolver”.
De resto, o vereador Hugo Ribeiro deixou claro que o PSD "não é contra esta obra", defendendo apenas que "tornou o trânsito caótico com impacto direto, e factual, na vida das pessoas".
"Intervenção no espaço público para dar prioridade às pessoas"
Em resposta, Domingos Bragança referiu que “a obra da centralidade das Taipas é estrutural e necessária”, acrescentando que na sua visão “é uma obra bem conseguida” e que reforça a “coesão territorial e a identidade vimaranense com o sentimento de que todos fazem parte”: “Do ponto de vista político é essencial investir em todas as nossas vilas, no seu espaço público com o traço da contemporaneidade e os nossos valores ecológicos”, disse.
De uma forma genérica, o presidente da câmara aludiu que “é preciso alterar comportamentos”, dando como exemplo o projeto que está a ser feito para a pedonalização do centro da cidade. “Quando fazemos intervenção no espaço público é para dar prioridade às pessoas, mas isto é um choque. Num primeiro momento querem isso, mas depois apontam dificuldades no acesso ao serviço e as escolas”.
“O que propomos é que se ande cinco ou dez minutos a pé, com zonas de aparcamento, e não estar com os carros em fila à espera das compras. O carro não é para levar à porta das lojas, ou dos cafés. Mas, para isso a parte pública tem de fazer a sua parte, com alterações físicas através de passeios largos e confortáveis”, disse.
O líder máximo do município associou também esta obra ao designo ambiental de Guimarães, que se propôs a ser Capital Verde Europeia, referindo que deve ser priorizado o transporte público. “A mudança ambiental passa por isto, pela descarbonização”, concluiu, aludindo ao “forte investimento nesta intervenção”.