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Trabalhos arqueológicos decorrem na Citânia de Briteiros

Paulo Dumas
Cultura \ quinta-feira, julho 11, 2019
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A campanha arqueológica anual decorre na Citânia de Briteiros, num complexo habitacional da época romana. Um conjunto de lajes em pedra estão a intrigar os arqueólogos.

Estão a decorrer desde o início do mês os trabalhos de escavação arqueológica no monumento nacional. Durante um mês, alunos de Arqueologia da Universidade do Minho, sob orientação dos arqueólogos da Sociedade Martins Sarmento (SMS), darão continuidade aos trabalhos iniciados há um ano.

São três pequenas áreas que estão a ser escavadas, numa unidade habitacional da época romana. Nos trabalhos desenvolvidos há um ano, foi feita a limpeza do manto orgânico que se acumulava no que era o pátio exterior da habitação.

De acordo com os técnicos da SMS, esta construção foi implantada onde anteriormente existiam construções da Idade do Ferro, na sua forma redonda. Alguns segmentos e pedras da construção original foram reutilizadas mais tarde. Uma das áreas em escavação tem o objetivo de corroborar esta hipótese, a partir da leitura das fundações das construções.

Com base em alguns achados arqueológicos recolhidos, os arqueólogos Gonçalo Cruz e José Antunes, acreditam que a ocupação desta habitação se terá feito já numa altura em que a Citânia estava em fase de desocupação. É definitivamente uma construção romana com alguma dimensão, tendo sido encontrada uma moeda desta época.

Uma segunda escavação está a ser feita naquela que deveria ser a divisão mais nobre da casa, onde se fariam as refeições e outros momentos de comunhão. A remoção da camada superficial permitiu perceber que o pavimento seria feito à base de terracota ou uma técnica parecida.

Numa cota inferior, mas ainda dentro dos limites desta habitação, decorrem os trabalhos num local que foi anteriormente escavado por Francisco Martins Sarmento. Aqui encontra-se uma estrutura que levanta algumas dúvidas sobre a sua função.

Na altura de Martins Sarmento, acreditava-se que as lajes seriam um forno para trabalhar o ferro. No entanto, nas escavações não foram encontrados indícios de escórias ou vestígios de cinzas, capazes de comprovar que aquelas pedras seriam um forno.

Hoje existe a teoria, também ainda por comprovar, que aquela estrutura seria um lagar de azeite. Um canal por onde passaria água ajudaram os arqueólogos a acreditar nesta possibilidade.