Têxtil de Brito quer criar artigos mais sustentáveis em parceria com UMinho
A FLM Têxtil surgiu em 2011, vocacionada para a moda íntima masculina de gama alta, estendeu a produção à moda desportiva e à moda de banho, tendo encontrado no mercado dos biquínis uma oportunidade de expansão e de afirmação, e resolveu, ao cabo de uma década, estabelecer uma parceria com a Universidade do Minho (UMinho) para reduzir o impacto da sua produção no meio ambiente e obter a certificação Global Recycled Standard (GRS), anunciou esta quarta-feira a empresa, em comunicado.
“Temos de trabalhar ao lado da preservação da natureza e continuar a contrariar o que representava no passado a cadeia de abastecimento e de produção da indústria têxtil e do vestuário. Além de agentes económicos temos que ser agentes com responsabilidade social e ambiental”, afirma o fundador e proprietário da empresa, Filipe Marinho, citado pelo comunicado.
Depois do investimento em tecnologia de corte laser e de “praticamente concluída” o sistema de gestão da qualidade ISO 9001, a empresa visa, com a parceria, “obter ideias e soluções para todos os aspetos da sustentabilidade”, de forma a “aumentar a percentagem de conteúdo reciclado nos produtos”, “controlar os desperdícios ao longo da cadeia de produção”, ”melhorar o processo de armazenamento de materiais” e “automatizar processos de logística e de embalagem”.
A obtenção da certificação GRS exige, contudo, “dedicação e compromisso”, quer com a gestão, quer com a “estrutura organizacional”, assume Filipe Marinho. Para o empresário, parcerias como a estabelecida representam “uma profunda necessidade de mudança na forma como as empresas estão habituadas a trabalhar”.
Uma dessas mudanças passa pela inclusão de estudantes da Universidade do Minho no processo de produção, adianta o proprietário da FLM Têxtil. “A parceria permitirá o contacto direto dos estudantes com a realidade empresarial, ao mesmo tempo que a FLM Têxtil terá acesso a uma das gerações mais qualificadas de sempre, com mentes criativas, capazes de criar soluções inovadoras para os problemas das empresas”, reitera o comunicado.
A preocupação com a “vanguarda”
Após ter integrado o departamento comercial de uma fábrica de tecidos de Guimarães, e de, em 1996, ter iniciado uma carreira empresarial como agente de representação de bordados e materiais para a indústria de lingerie, Filipe criou, há 10 anos, a empresa que se encontra na Avenida da Indústria, junto à Estrada Nacional 206.
O começo com a “produção de moda íntima masculina de gama alta” permitiu-lhe entrar num “mercado particularmente exigente”, com “muita sensibilidade para as questões de moda”, e partir daí para a “diversificação das áreas de negócio”, com a “modernização dos processos produtivos”, a “certificação em diversas áreas” e também a “antecipação das tendências”.
“A versatilidade e a capacidade para corresponder aos pedidos mais exigentes dos clientes, apresentando soluções inovadoras e de qualidade, são imprescindíveis para que uma empresa se mantenha na vanguarda”, observou.