
Rock no Rio Febras 2025: "Estamos à espera de bater todos os recordes"
O Rock no Rio Febras está de regresso e este ano cresce em todos os sentidos. Pela primeira vez, o festival realiza-se durante dois dias — 25 e 26 de julho — e a expectativa é clara: “Estamos à espera de bater todos os recordes — de público, de dias, de novas atividades”, afirma Pedro Conde, responsável pela organização.
Com um recinto preparado para acolher 15 mil pessoas, a procura tem sido intensa. “Já temos receio de não conseguir dar resposta à quantidade de pedidos. Os convites esgotaram há muito, e os que restam estão distribuídos por parceiros”, revela.
No cartaz, sobressai o nome dos norte-americanos The Dandy Warhols, cabeça de cartaz de sábado, mas há também uma forte presença nacional: Linda Martini, Pluto (de Manuel Cruz), José Pinhal – Post Mortem Experience, Indigno, Travo, Paraguai e três bandas locais — Growing Circles, Zamora e Copa Funda de Paredes — que abrem o festival.
“O palco é o mesmo para todos: desde os internacionais aos projetos emergentes de Guimarães. O objetivo desde o início foi dar visibilidade às bandas da terra — e continua a ser”, reforça o responsável. As bandas locais sobem ao mesmo palco, com o mesmo acesso e tratamento que os nomes consagrados. “Todos são tratados como estrelas.”
Para além da música, o evento traz este ano um espaço de campismo e caravanismo, pensado para os festivaleiros não perderem “um minuto do festival”. E mais do que um festival, e evento é um projeto comunitário.
“O Rock in Rio Febras depende a 100% do espírito voluntário e comunitário. Este ano vamos ter 200 voluntários, muitos a trabalhar ao fim do dia, depois dos seus empregos”, sublinha Vasco Marques, presidente da Casa do Povo de Briteiros, entidade organizadora e beneficiária direta do evento.
A entrada continua gratuita, mas todas as receitas — nomeadamente da venda dos kits solidários — revertem para a construção de um lar de idosos. “Já conseguimos mobilar um centro de dia e comprar o terreno. Este ano queremos começar a construir”, explica Vasco Marques.
Os kits (com t-shirt, copo, fita, mochila e pulseira) esgotaram rapidamente. “É uma forma de pedirmos ajuda, e as pessoas têm correspondido com enorme generosidade”, acrescenta.
“Por linhas tortas escreveu-se aqui uma bonita história do rock”, resume Pedro Conde, lembrando a polémica com o festival Rock in Rio, que acabou por dar maior visibilidade ao evento. Agora, o Febras não é apenas um nome curioso: é símbolo de música, comunidade e solidariedade — e está pronto para a maior edição de sempre.