21 novembro 2024 \ Caldas das Taipas
tempo
18 ºC
pesquisa

Rock in (no) Rio Febras coroou melhor ano da Casa do Povo e vai crescer

Redação
Cultura \ sexta-feira, fevereiro 09, 2024
© Direitos reservados
Depois de chegar aos ouvidos de 75% dos portugueses em 2023, a próxima edição realiza-se em dois dias e espera acolher 10 mil pessoas, depois de a Casa do Povo de Briteiros já ter celebrado 80 anos.

Epicentro sonoro e mediático no 2023 da Casa do Povo de Briteiros, instituição que assinalou o 80.º aniversário a abrir este ano, a 19 de janeiro, o Rock in Rio Febras já virou a página para expandir horizontes no próximo verão. Projetado para a ribalta pela objeção legal do megafestival Rock in Rio, o evento agora designado Rock no Rio Febras - escolha do público - espera acolher praticamente o dobro das pessoas face ao ano transato, novamente no Parque de Lazer de Briteiros. “Vamos conseguir um recinto muito maior no mesmo local, com seis hectares. Queremos trazer um número de pessoas que seria possível no ano passado, não fosse a limitação do espaço. A nossa expetativa é a de ter 10 mil pessoas”, adianta ao Reflexo o presidente da Casa do Povo de Briteiros, Vasco Marques.

A crescente lotação – 1.500 pessoas em 2022 e cinco mil em 2023 – acompanha a expansão da logística, do espaço e, em 2024, do tempo; o evento vai-se prolongar por dois dias - - com um cartaz que extravasa as bandas locais, marca das duas primeiras edições. “Teremos parque de campismo e uma banda internacional muito conhecida”, antecipa o responsável. Tal como no ano passado, as entradas serão gratuitas, em princípio mediante reserva.

O otimismo em torno do Rock no Rio Febras assenta na estimativa de que três quartos da população portuguesa (75%) foram, no ano passado, confrontados com notícias sobre o festival, refere um estudo de impacto mediático encomendado pela Casa do Povo de Briteiros à Cision, empresa de monitorização e análise dos meios de comunicação. A audiência acumulada do festival foi de 50 milhões de pessoas, acrescenta o documento. “O festival atingiu uma dimensão nacional e teve uma notoriedade que extravasou todos os objetivos iniciais”, constata.

Responsável máximo da instituição desde 2011, Vasco Marques admite que “o patamar está muito alto” para 2024, após a Casa do Povo de Briteiros ter possivelmente vivido o melhor ano da sua história. “Mesmo em conversa com as pessoas mais antigas, não há memória de uma série de acontecimentos tão marcantes num mesmo ano na Casa do Povo de Briteiros. “Se não é o melhor ano de sempre em todas as áreas, será recordado durante muitos anos”, reitera, a propósito de uma instituição com 430 sócios, fundada como caixa de previdência para agricultores, no enquadramento político e jurídico do Estado Novo.

 

Aberto o centro de dia, lar é o próximo objetivo

Com um edifício-sede entre o Museu da Cultura Castreja e a Citânia de Briteiros, a Casa do Povo foi-se distinguindo por razões diferentes em oito décadas de história. Único lugar das redondezas a ter médico nos anos 40 do século XX e ensino noturno nos anos 50, com um professor do ensino primário a dar aulas de forma voluntária, a instituição cessou funções como caixa de previdência após o 25 de Abril. Passou então a fomentar iniciativas culturais, recreativas e desportivas – criou o grupo folclórico em 1974, teve uma banda de música e disponibilizou a prática do futebol, masculino e feminino, do andebol e da pesca desportiva, além de acolher jogos de hóquei em patins.

Nutrida pelo Rock no Rio Febras, mas também pela organização do Citânia Viva, do Passeio dos Moinhos e do Carnaval e ainda pelo acolhimento de eventos como o BRIT!05 e o Rock e Rojões, a dimensão cultural reparte hoje o protagonismo com a vertente social, fomentada a partir da década de 90, com a criação dos serviços de convívio para idosos, apoio domiciliário e ATL para crianças e a construção do salão polivalente.

Equiparada a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) desde 2003, a Casa do Povo inaugurou o Centro de Dia no ano transato, em 04 de maio, com a presença da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. A infraestrutura abriu num ano em que a IPSS expandiu o número de vagas protocoladas com a Segurança Social para serviço de apoio domiciliário – 13 para 36 – e para a creche – 39 para 71. “Este foi o ano com mais objetivos atingidos desde que a atual equipa diretiva tomou posse em 2011”, resume Vasco Marques.

O próximo passo já está definido: é o lar de idosos. “Queremos explorar um edifício que consiga ter a valência de lar, mas já será um desafio muito grande para nós manter tudo o que conseguimos em 2023”, sublinha o presidente.