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Ricardo Costa diz que economia de Guimarães precisa de valor acrescentado

Redação
Política \ quinta-feira, janeiro 23, 2025
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Convencido de que a têxtil, o calçado ou as cutelarias têm lugar no território, candidato do PS admite necessidade de “salto de gigante na cadeia de valor” e diz não recear políticas de Trump.

O candidato do PS às Eleições Autárquicas de 2025, Ricardo Costa, considera que a mobilidade e a economia são os desafios mais urgentes na política local vimaranense. Se o principal eixo da sua visão para a mobilidade é a criação da linha intraconcelhia de metro de superfície, com um investimento de 270 milhões de euros para 20 quilómetros, a executar em oito anos, a necessidade mais urgente do tecido económico vimaranense é a criação de valor acrescentado, algo que considera possível, dando o exemplo da indústria têxtil: o ex-vereador com o pelouro do desenvolvimento económico, entre 2013 e 2021, realça que “não faltam empresas internacionais que queiram investir nas empresas têxteis de Guimarães”.

“Percebem o valor acrescentado que têm. É preciso dar um salto gigante na cadeia de valor, que não tem sido valorizada. Praticamente produzimos para o private label ou para retalho. Todo este valor acrescentado não fica em Guimarães. Quando criamos um ambiente favorável ao investimento, criamos um farol para a economia de Guimarães”, salientou, durante a apresentação dos ciclos de conferências “Compromisso com Guimarães” e “Convenções Grandes Territórios”, realizada esta terça-feira.

O político considera que a prioridade é criar “uma economia mais sofisticada”, dotando os setores já implantados de maior conhecimento da academia e incentivando o “crescimento da propriedade intelectual, bem como a criação de marcas e patentes” para se aumentar a margem de lucro das empresas e se pagar melhores salários. Outra das prioridades de Guimarães deve ser a de “reconversão de recursos humanos”, uma vez que há empresas com falta de mão de obra, mas também mais de seis mil pessoas inscritas no Centro de Emprego do IEFP de Guimarães. Prometeu ainda candidaturas de projetos de incentivo à economia a fundos comunitários, através da CIM do Ave.

“Não devemos crucificar estas indústrias que têm sido fundamentais para Guimarães. É importante haver diversificação dessa produção (…) Da mesma forma que financiamos centros de saúde e escolas através da CIM do Ave, quero colocar na CIM do Ave projetos para financiar a economia e contaminar o ecossistema”, realça.

Quanto à tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Ricardo Costa disse não ter receio do novo ciclo político que se avizinha na mais poderosa economia do mundo, destino significativo para as exportações vimaranenses, nomeadamente têxteis; o novo inquilino da Casa Branca, recorde-se, prometeu aplicar tarifas aos bens importados, o que pode implicar o aumento do seu custo. A seu ver, as tendências para a digitalização e para “a personalização da economia” vão contrariar Donald Trump.

“Rapidamente a realidade vai contrariar Donald Trump. Não tenho a mínima dúvida. Ao fazer departações em massa, de cerca de 11 milhões de pessoas, as pessoas vão reagir. Elas vão perceber que não têm recursos humanos para o seu dia a dia. A digitalização veio para ficar. Em 2050, mais de metade do PIB mundial se fazer por e-commerce. E vem aí a personalização da economia”, disse.

Quanto aos ciclos de conferências, Ricardo Costa disse que são abertos a qualquer pessoa, militantes do PS ou não, e que servem para a discussão de perspetivas de desenvolvimento para Guimarães, numa “política pela positiva”, sem abdicar da “espinha dorsal” do seu programa.

“Neste processo de auscultação, há questões que se levantam sobre as quais não pensamos antes. O dia a dia passa tão a correr, que temos de ouvir as pessoas. (…) Temos de fazer com que estes contributos para discutir Guimarães contem. As pessoas têm de sentir que o que vão lá dizer é uma voz audível”, vincou.