Receita dos BVCT com transporte não urgente de doentes sobe pelo menos 15%
Cerca de metade das receitas proveio de requisições da Administração Regional de Saúde do Norte.
As receitas dos Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas com transporte não urgente de doentes já ultrapassaram as de 2022, à data de 30 de novembro. Ainda sem dados relativos a dezembro de 2023, a corporação arrecadou 490 mil euros nos primeiros 11 meses do ano recém-concluído. Entre janeiro e dezembro de 2022, ficara-se pelos 424 mil euros, adianta Miguel Sousa, um dos vogais da direção presidida por Luís Soares. “Comparativamente a 2022, já ultrapassámos a verba que faturámos nesse ano. Ainda não fechámos o mês de dezembro. Em 30 de novembro, tínhamos já uma subida de pelo menos 15%”, esclarece.
Responsável pelos recursos humanos, pela supervisão do património da corporação e pelo transporte de doentes não urgentes, o dirigente associativo especifica que o crescimento dessa última área se deveu à “reorganização dos circuitos e à potenciação das rotas delineadas”, num trabalho de articulação entre os motoristas, o Comando e a parte administrativa.
Enquanto única entidade a dispor do serviço em Guimarães - à exceção dos privados -, os Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas efetuaram vários transportes no concelho vimaranense e também nos limítrofes, além de atenderem a solicitações pontuais de hospitais do Porto e de Lisboa, acrescenta.
Embora haja requisições de utentes a nível particular, o corpo de bombeiros trabalha sobretudo para instituições e para o Serviço Nacional de Saúde; aliás, cerca de 50% das receitas com transporte não urgente de doentes em 2023 proveio da Administração Regional de Saúde do Norte.
Serviço de proximidade, com “forte componente social”, o transporte não urgente de doentes colmata a eventual “indisponibilidade das famílias” para levar doentes a consultas, exames complementares de diagnóstico ou tratamentos como fisioterapia ou hemodiálise.
“Estes serviços são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde. Isto surge na sequência da necessidade de uma resposta, através do SNS, que é quem emite as requisições. Para além do tratamento, o doente precisa de um transporte do local de residência ao local de tratamento e do regresso ao local de residência”, descreve Miguel Sousa, a propósito de um serviço para o qual a corporação taipense dispõe de nove viaturas – algumas para pacientes com mobilidade reduzida, em cadeira de rodas, uma para doentes que precisem de estar deitados e as restantes para utentes sentados.
O responsável diz-se ainda “um bocadinho apreensivo” quanto a 2024, face à instabilidade no SNS, tendo vincado que o crescimento ou diminuição das receitas está “sempre muito dependente” do número de solicitações.
Mais operações de socorro e menos incêndios rurais
Também o número de operações de emergência e socorro da corporação taipense aumento entre 2022 e 2023, faltando encerrar o balanço de dezembro para se saber, ao certo, qual a variação, adianta ao Reflexo o 1.º Comandante, Hermenegildo Abreu.
Responsável por liderar a parte operacional dos Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas entre 2009 e 2016, Hermenegildo Abreu regressou ao cargo em março de 2023 para um ano marcado por mais serviços pré-hospitalares e também por mais incêndios urbanos. Em sentido inverso, verificou-se uma redução significativa dos incêndios rurais.
“Em 2023, tivemos 130 incêndios rurais, com 13 hectares de área ardida. No ano passado, tivemos 219, com 30 hectares de área ardida. A meteorologia ajudou. Tivemos mais humidade e isso ajudou a haver menos incêndios rurais”, esclarece o comandante, antigo responsável pelo Comando Distrital de Operações e Socorro, entre 2016 e 2022.
[Artigo originalmente publicado na edição de janeiro do Jornal Reflexo]