Rancho Folclórico Estrelas Douradas quer chamar a juventude para o folclore
Deolinda dos Prazeres reconhece mas estranha que os jovens olhem para os ranchos com um “certo desprezo”. Refere que quando a filha, com oito anos, diz às suas amigas que anda no rancho, a reação é, “O quê? Andas num rancho!”.
Um dos objetivos que a levou a aceitar estar à frente do rancho é mostrar que a participação numa organização deste género não é só para gente mais velha: “Gostaria que os jovens vivessem e conhecessem melhor esta cultura popular, este património, que começassem a ver com outros olhos esta atividade e que, naturalmente, vivessem por dentro esta arte popular”.
Falar do rancho de S. Lourenço é também falar de Manuel Ferreira Dias, mais conhecido por Manuel Sabroso. Presente desde os primeiros tempos, apesar não saber dançar nem cantar, como o próprio reconhece, é uma pessoa que esteve sempre mais presente na parte da gestão do grupo.
O Rancho Folclórico Estrelas Douradas de São Lourenço de Sande foi criado a 9 de março de 1998, por um grupo de emigrantes do Mónaco e de outras paragens de França, tendo como padrinho, como diz Manuel Sabroso, “o senhor Francisco, dos Mendes Ribeiro”.
A 8 de novembro do mesmo ano tem a sua estreia oficial. Mais tarde, a 15 de fevereiro de 2005, viria a ser constituída uma associação com o mesmo nome, para facilitar a gestão do rancho.
Organiza um festival folclórico de dois em dois anos, tendo a sua primeira edição acontecido a 14 de julho de 2007, o próximo será em 2019. Intercalando com este festival, o rancho promove uma Desfolhada Minhota, que teve a sua primeira edição em outubro de 2011.
A maior dificuldade que o rancho de S. Lourenço atravessou e continua a atravessar é a questão da sua sede ou de espaço para os ensaios do grupo. No início, tinham um espaço junto ao campo de futebol. As condições começaram a degradar-se muito rapidamente, tiveram de abandonar essa sala e passaram, durante algum tempo a realizar os ensaios nos fundos de uma casa de uma filha de Manuel Sabroso.
Passaram depois para uma das salas vagas da escola primária Conde Agrolongo. Em 2017, a EB 2,3 foi abaixo, para dar lugar a uma nova escola, e os seus alunos foram espalhados por outros espaços. A escola Conde Agrolongo voltaria a ser ocupada pelos estudantes.
Leia a versão integral deste texto, na edição de março do jornal Reflexo.