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"Quis saber quem sou": concerto teatral redescobre 25 de abril no CCVF

Redação
Cultura \ sexta-feira, março 14, 2025
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Concerto teatral “Quis saber quem sou”, de Pedro Penim, estreia no palco do Centro Cultural Vila Flor a 15 de março, pelas 21h30. Espetáculo revive luta e canções que marcaram a revolução dos cravos.

"Quis saber quem sou", um espetáculo produzido pelo Teatro Nacional D. Maria II, com conceção, texto e encenação de Pedro Penim, traz para o presente as canções, os poemas, os sentimentos e a luta que marcaram a revolução, mas também as histórias pessoais daqueles fizeram o 25 de Abril.

O conceito do concerto teatral que define o espetáculo representa a própria liberdade dos artistas que não pretendem restringir-se a um só conceito.

“Não queríamos definir o espetáculo como apenas uma coisa ou outra, por isso encontramos o intermédio. Acabamos por brincar com o próprio conceito e por desconstruí-lo, para tornar o público mais participativo”, revelou o ator Rafael Ferreira, um dos elementos do elenco, em entrevista ao Jornal de Guimarães.

Segundo o elenco, não é por acaso que um concerto teatral sobre os 50 anos do 25 de abril é representado por um coro jovem.

“Somos um elenco jovem e com o Manuel Coelho, o nosso capitão, que vivenciou o 25 de abril, pretendemos apelar às massas jovens para continuarem a agarrar a revolução. As gerações mais novas tiveram a liberdade gratuitamente, nasceram com ela e por isso têm-na como garantida. Nós não sabemos o que é não ter liberdade”, referiram os atores do concerto teatral.

 

Fotografia de Joana Miguel Meneses

 

A par dos poemas, as músicas revolucionárias portuguesas estão presentes por todo o espetáculo, com os arranjes frescos do diretor musical Filipe Sambado que as enquadram no presente.

“A história repete-se muitas vezes porque a informação corre rápido e as pessoas não vão ao fundo das questões, o perigo nasce aí. Corremos, por isso, o risco destas músicas ficarem presas a uma época que já passou. Este coro jovem traz as canções do imaginário coletivo que, muitas vezes, ficam pela melodia. Aqui vamos ao fundo das letras e damos-lhes as vozes de hoje, daí serem fundamentais os arranjes feitos pelo Filipe Sambado”, sublinhou o ator Francisco Gil Mata.

A complementaridade entre o coro e a individualidade é outro elemento-chave presente em todo o concerto teatral. Composto por personagens com personalidades e vivências díspares, o objetivo, segundo o elenco, é mostrar a importância de procurar o equilíbrio entre o coletivo e o individual.

“Ambos têm de conviver em harmonia, o coro não pode abafar a individualidade e a individualidade não pode abafar o coro. Trata-se de encontrar a individualidade dentro da massa”, revelou Rafael Ferreira.

O elenco é composto por Manuel Coelho e os jovens Ana Pereira, Bárbara Branco, Eliseu Ferreira, Francisco Gil Mata, Inês Marques, Jéssica Ferreira, Joana Bernardo, Joana Brito Silva, Manuel Encarnação, Pedro Madeira Lopes, Rafael Ferreira, Rute Rocha Ferreira e Vasco Seromenho.

O espetáculo que integra a língua gestual portuguesa e audiodescrição, será primeiramente apresentado, no mesmo palco, numa sessão direcionada às escolas no dia 14 de março, às 10h30.

Os bilhetes estão disponíveis online em oficina.bol.pt e www.ccvf.pt e presencialmente nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), da Casa da Memória de Guimarães (CDMG), da Loja Oficina (LO), do CAO dos Fornos da Cruz de Pedra, bem como nas lojas Fnac, Worten e El Corte Inglés. 

 

@Fotografias da autoria de Joana Miguel Meneses