Projeto de requalificação do centro da vila estará concluído em junho
O projeto encomendado pelo município de Guimarães foi apresentado pela primeira vez ao público no centro pastoral, a 18 de março, e estará em discussão nos próximos meses. A equipa da Uminho acredita que o projeto final estará concluído até ao final de junho deste ano.
Em linhas gerais, a ideia apresentada passa por traduzir no espaço a intervencionar as vivências do passado e devolver esta área central às pessoas. O projeto aponta para uma articulação entre o que se considera a sua parte mais comercial, a dos serviços, e a área ligada às termas e aos cursos de água. Tudo isto localizado num raio de 500 metros que se traduz em cerca de 5 minutos a pé.
A importância de se promover os caminhos pedonais traduz-se na criação ou reforço de alguns circuitos que deverão confluir na zona central da vila. Aqui, deverão confluir o percurso do parque e das termas, o das escolas, o percurso da feira, o das igrejas e o do rio que se estenderá pelas suas margens.
Tudo isto para se mudar um certo paradigma em que o automóvel é que era o dinamizador do centro urbano. Na proposta, os espaços para a circulação automóvel serão fortemente reduzidos. O estudo aponta, de acordo com o engenheiro António Babo, responsável pela parte da mobilidade, para uma redução do pavimento automóvel em 60% e um aumento de zona pedonal em 45%.
Uma dessas áreas pedonais prolongará o espaço existente em frente ao Passerelle até ao cruzamento da rua Professor Manuel José Pereira com o início da rua Comandante Carvalho Crato. Será o novo largo ou a centralidade comercial, com novas esplanadas e uma diferente arborização, onde não será esquecido o tempo da capela de Santo António.
A centralidade denominada dos equipamentos e serviços (área que engloba a igreja, correios, Junta de Freguesia, centro pastoral, antigo mercado e casa dos Agrelos) será profundamente remodelada, onde serão eliminados alguns corredores automóveis.
A zona do jardim húmido é a zona onde passa o ribeiro da Canhota (rua Dr. Alfredo Fernandes o edifício do Tílias), que deverá passar a circular a céu aberto, e onde deverá ser criado um passeio que levará as pessoas até ao rio Ave, passando pelos Banhos Velhos, um luxo existente que não está potenciado, como referiu Marta Labastida.
Em termos de circulação automóvel, a avenida da República passará a ter um único sentido e o centro deixará de servir de passagem para os que circulam entre Guimarães e Braga. Nesta avenida da República, os promotores defendem que a circulação será no sentido ascendente (vindos da rua Nossa Senhora de Fátima), que se deslocam no sentido da direção de Guimarães. Para os que vêm da cidade de Guimarães, se pretenderem tomar o sentido de Braga, passam obrigatoriamente a usar a variante e caso pretendam deslocar-se para o centro, têm de mudar de direção na rua António Barros.
Em termos de mobilidade será ainda de referir que a rua professor Manuel José Pereira continuará a ter um único sentido, mas no inverso do atual. Os automobilistas poderão continuar pela rua da Taipa ou atingir o cruzamento que dá para a rua Comandante Carvalho Crato, sendo obrigatório virar à esquerda, pois o trajeto à direita, para a avenida Central, será interdito ao trânsito automóvel.
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, a presidir a esta sessão, reforçou que se tratava de uma apresentação de um estudo prévio. Quando estiver concluído, avançaremos para o concurso público da obra e tendo, então, os valores envolvidos, a obra poderá ser executada por diversas fases ou de uma só vez, mas irá arrancar depois da conclusão do projeto.
Por sua vez, Constantino Veiga, presidente do executivo da freguesia, mostrou o seu agrado pelo projeto apresentado e mostrou estar em consonância com Domingos Bragança: O presidente da Câmara surgiu com uma vontade igual à minha ou mesmo superior, para se intervir nesta centralidade. Esperamos a colaboração de todos para que se torne efetivamente uma intervenção para todos.
A vontade de dar o contributo fez-se logo sentir com as diversas intervenções por parte do público. Para além da satisfação por se sentir que está a desenvolver um trabalho consistente, surgiu a preocupação pela questão do estacionamento, que foi dominando as intervenções, para além dos relacionados com a preservação da história taipense.