Projeto de referência em Portugal e na Europa terá sede no Avepark
Foi apresentado durante a manhã de terça-feira, 23 de Maio, no Avepark, aquele que será a partir de agora uma das maiores estruturas de produção científica de Portugal. Quem acredita nesta ideia é um dos principais mentores do Discoveries Centre, o professor Rui L. Reis, que dirige também o Grupo 3B’s, instalado no parque de ciência e tecnologia de Guimarães.
O ministro da Ciência, Manuel Heitor, manifestou a esperança em que o novo centro de investigação se torne num modelo colaborativo, que poderá no futuro ser replicado ao nível europeu. O Discoveries Centre for Regenearative and Precision Medicine irá juntar cinco universidades portuguesas e a University College de Londres. O governante apontou a sua estranheza por estar a anunciar uma parceria com uma instituição do Reino Unido, numa altura em que se discute um orçamento europeu ensombrado pelas negociações do Brexit.
Manuel Heitor deixou claro que o novo Discoveries Centre insere-se na estratégia definida pelo atual Governo, em matéria de investigação científica, uma vez que a sua estrutura se baseia numa concentração de investimento num grupo alargado, favorecendo lógicas colaborativas. Nesse sentido, o ministro comprometeu-se em desenvolver todos os esforços no sentido de conseguir o financiamento necessário para que o centro atinja os fins a que se propõe.
Foi um longo percurso até se assistir ao lançamento do Discoveries Centre, no Avepark. Rui L. Reis, vice-reitor e coordenador do grupo de investigação 3B’s, associado à Universidade do Minho, que está igualmente instalado no Avepark, explicou que esta foi uma das 170 propostas que avançaram a concurso ao TEAMING, para instalação de um centro de investigação. Destas, houve uma seleção de 31, das quais 4 eram portuguesas. Finalmente, ficaram 10, sendo que uma era a proposta da Universidade do Minho, num processo que levou sete anos de trabalho.
O equipamento que vai ficar instalado no Avepark será a sede de toda esta rede que juntará as outras universidades portuguesas – Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa; com a
University College de Londres. Esta estrutura permitirá trocar informação sobre todas as áreas de trabalho da medicina regenerativa entre os vários centros de investigação. Rui L. Reis afiança que nesta rede estão alguns dos melhores centros de investigação do país existentes nas universidades, sendo esta uma oportunidade extraordinária para trabalharem em conjunto.
Sobre os resultados do trabalho que resultar de todo este empreendimento, Manuel Heitor espera que este conhecimento se possa traduzir numa melhoria das condições de vidas das pessoas. Reconhece que há ainda um longo caminho a percorrer, mas o responsável governamental pela ciência em Portugal tem a expectativa que este seja um marco de referência no sentido da transformação das práticas ao nível dos centros clínicos de investigação na área da medicina regenerativa e também das práticas hospitalares.
O início oficial do Discoveries Centre for Regenearative and Precision Medicine foi a 1 de Abril, mas apenas foi lançado no dia 23 de Maio. Será um centro europeu de investigação de excelência na área da medicina regenerativa e de precisão. Fez parte de uma candidatura ao programa TEAMING da Comissão Europeia, que distribuiu um total de 150 milhões de euros. O novo edifício a construir no Avepark representará um investimento de 10,8 milhões de euros, fazendo parte do Roteiro Nacional de Infraestruturas Científicas de Interesse Estratégico.