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Perda de população gerou debate entre o executivo municipal

Redação
Sociedade \ quinta-feira, julho 23, 2020
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A perda de população que se tem notado no concelho de Guimarães nos últimos anos gerou um debate intenso na última reunião de câmara. O tema foi introduzido pela oposição, fazendo-se valer dos dados demográficos do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam a perda de população residente em Guimarães.

“É fundamental que se faça uma reflexão sobre o que se está a passar em Guimarães para que estejamos a perder população há vinte anos a esta parte. O concelho não deve deixar de refletir o que leva a que Guimarães seja o concelho que mais população perdeu, nomeadamente no quadrilátero, nos últimos oito anos. Perde mais um por cento do que a média nacional e em 2019 só Setúbal perde mais população do que nós”, apontou Bruno Fernandes, líder do Partido Social Democrata (PSD) de Guimarães.

Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, deu conta que foi encomendado um estudo sociológico e demográfico à Universidade do Minho para perceber a fundo esta questão, adiantando, ainda assim, que o PDM (Plano Diretor Municipal) restritivo torna a oferta habitacional insuficiente.

“A oferta é insuficiente porque o PDM é muito restritivo, em especial nas freguesias que fazem limite com os concelhos vizinhos, as franjas do concelho. O mais importante é a qualidade e o compromisso de criar condições para que as pessoas se possam fixar no nosso território. É essa equação que temos de resolver. É importante que cada vila e cada freguesia possa ter a sua zona de crescimento urbano no PDM, porque nas zonas limítrofes as pessoas saltam para fora do concelho no nosso território, que é policêntrico; somos o concelho que mais vilas tem. Guimarães é muito atrativa e toda a gente gosta de cá morar, mas os vetores que mais fixam a população são o emprego e a habitação. A possibilidade de encontrar emprego, na qual temos uma grande tradição industrial e o trabalho é reconhecido, e a nível de habitação as políticas estão lançados”, vincou.

Uma ideia defendida também por Seara de Sá, vereador do urbanismo, que deu conta da necessidade de “reforçar a centralidade nas vilas” do concelho. “Existe oferta, não tanta como a que seria desejável, mas é por isso que temos neste momento uma política urbanística que olha para o território de uma forma muito integrada, no sentido de densificação das estruturas urbanas, sendo que em Guimarães as estruturas urbanas são dispersas”, disse, confirmando a mudança que está a ser operada no PDM municipal de forma a “a fazer a densificação da cidade com a ocupação de espaços que estavam adormecidos”.