27 abril 2024 \ Caldas das Taipas
tempo
18 ºC
pesquisa

Outsiders, a banda que pertence ao mundo do Rock

Carolina Pereira
Cultura \ segunda-feira, agosto 23, 2021
© Direitos reservados
Depois dos Gaspea, chegou a vez dos Outsiders, outra banda taipense, participarem na afamada Escola de Rock, em Paredes de Coura. Da estadia no Alto Minho resultou uma música gravada em estúdio.

Depois dos Gaspea, chegou a vez dos Outsiders participarem na afamada Escola de Rock, um projeto promovido pelo Município de Paredes de Coura. Leo, enquanto vocalista, Linda, na bateria, Andreia, na guitarra e Kika, no baixo, são os membros da segunda banda jovem das Taipas a ser selecionada para o espaço que já tem por tradição desenvolver a destreza, confiança e talento de vários jovens do país e que, mesmo durante a pandemia, quis fazer-se ouvir. 

Assim nasce um sonho

A cumplicidade dos Outsiders estabeleceu-se em contexto escolar, mas foi graças ao espaço Palco 21, que começaram a encarar com seriedade o projeto musical. Numa fase inicial, eram apenas três elementos: Linda, Leo e Andreia com um nome nada semelhante ao atual, “Day: Dreams are Young”. “Sonhos jovens” (na tradução) esses, que rapidamente caíram por terra, quando entenderam que poderiam não ser levados a sério com esse nome, acabando por mudar para o atual, com o qual dizem identificar-se mais. “Outsiders vai,
realmente, ao encontro da nossa personalidade. Porque apesar de estarmos inseridas na sociedade, sentimo-nos obrigadas a ser uma coisa que não queremos e isso leva-nos a sentir, constantemente, fora da caixa”, partilha Andreia.

Com dois anos de grupo, a notícia de terem sido selecionadas para uma escola que admiram e onde se encontram grandes profissionais do meio foi inesperada, em todos os sentidos. “Nós nem sabíamos que havia possibilidade de sermos selecionadas, porque nem sabíamos que estávamos inscritas”, admite Linda.

Sem informar os restantes membros, Andreia foi a responsável pela inscrição apenas dez minutos antes do prazo terminar, por descargo de consciência. “Não existia grande expectativa de ficar, mas acabamos realmente por ser nós e uma banda de Pontevedra, os The Rebel Spirits, os selecionados no conceito de Bandas”, partilha Andreia.

Entre ensaios com presença de público e, ainda, concertos “mais a sério”, os Outsiders tiveram contacto com um novo mundo, de 18 a 23 de julho, que dizem ter-lhes dado outra “maturidade”. “Estar em contacto com pessoas que fazem o mesmo que nós – música – e com tanta experiência e ainda pisar palcos e trabalhar em estúdio, deixou-nos mais próximos de uma realidade que um dia pode vir a ser nossa”, explica Leo.

Neste pequeno mundo da música, 30 jovens e as duas bandas residentes foram desafiados a sair da sua zona de conforto, dar azo à criatividade e, em apenas três dias, construir uma música de raiz, num estúdio, acompanhados pelo produtor musical, Manuel Reis. “Foi complicado porque até ali, só tínhamos uma música feita. Ou seja, o nosso processo criativo é um bocado verde, ainda. Somos inexperientes. Normalmente, eu costumo levar uma base e elas depois vão encaixando outras ideias, na escola não. O mais interessante foi estar num estúdio a criar e perceber a evolução e o processo de criação de uma música.”, revela o vocalista.

“Someone I Know” foi o tema trabalhado pelo grupo, nos estúdios da Escola do Rock

O foco esteve em “Someone I Know”, o fruto do trabalho desenvolvido em Paredes de Coura. Trata-se, assim, do segundo tema original no qual os Outsiders trabalharam. “Queríamos fazer algo divertido, mas com uma letra com significado. Algo que fosse ao encontro da personalidade da banda. A música fala sobre o que não gostamos em nós, mas que deixa de ser algo mau visto por outros olhos. Ou seja, quem está de fora nunca encontra tantos defeitos em nós, como nós próprios fazemos.”, explica Leo.

Da experiência, que poucos têm o privilégio de afirmar ter presenciado, a banda faz um balanço recíproco de positividade, já que quer os Outsiders, como os técnicos e diretores artísticos da escola pareceram ter gostado de trabalhar em conjunto. Disseram-lhes que tinham potencial e a banda acredita que tem “um som e uma marca muito própria”.

Só por aqui pode-se ficar expectante e entusiasmado com o talento que para em Caldas das Taipas. Mas a banda mantém os pés assentes na terra, cada vez mais influenciada pelo Rock, ainda sonhadoras e com o objetivo de continuar a amadurecer.