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Orçamento de 500 mil euros prevê 150 mil euros em investimentos

Bruno José Ferreira
Política \ sexta-feira, janeiro 10, 2025
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Orçamento para este ano foi aprovado apenas pela maioria socialista, prevendo a empreitada do Parque das Levadas e várias repavimentações. Junta tem reunido com a Câmara para alterações no trânsito.

A Assembleia de Freguesia de Caldelas aprovou, na última reunião ordinária de 2024 – realizada no dia 27 de dezembro –, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2025 e o Plano Plurianual de Investimentos para o Quadriénio 2025/28, documentos muito discutidos e que acabaram por ter aprovação da maioria socialista, com votos contra da oposição. 

Numa longa discussão, Luís Soares deu conta que “num orçamento global de 500 mil euros, 150 mil euros destinam-se a investimentos, para obras”. O presidente da Junta de Freguesia de Caldelas explicou que esses 150 mil euros resultam de protocolos que a Câmara transfere anualmente e que ainda não foram gastos “É uma estratégia nossa, achamos que é preferível juntar esse dinheiro e fazer uma ou duas empreitadas de grande montante, do que estar a gastar 33 mil euros anualmente e fazer uma coisa sem expressão”, frisou.

 

Parque das Levadas, festival literário e pavimentações

Uma dessas empreitadas é o Parque das Levadas, “está prestes a ser lançada”, constituindo um investimento de 87 mil euros. O projeto será mais minimalista do que inicialmente apresentado, sendo que não terá o parque radical: “Não vai ser executado na totalidade, a Junta não tinha capacidade financeira para o fazer. Posso assumir já, é algo que me custa bastante, mas não vamos ter parque radical porque custava 50 mil euros. Pode até vir a ser feito, mas não com o orçamento da Junta”, sublinhou Luís Soares.

O restante montante será aplicado num “conjunto de empreitadas de pavimentação e passeios”. Estas pavimentações dizem respeito à rua do Carregal, travessa dos Banhos Velhos, rua do Surrego e viela do Alvim. “Para além disto, queremos fazer um investimento em requalificação de passeios, temos condições para requalificar uma das principais ruas da vila, e vamos fazer um investimento muito forte na requalificação de jardins”, disse o líder máximo da freguesia, referenciando ainda outros projetos como a instalação do parque infantil junto às termas já em janeiro e ainda a realização de um festival literário “com reconhecimento” em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães e com a Taipas Termal. Outra das obras que poderá ir para o terreno é a Capela Mortuária, ainda que sendo um investimento do município, “mas trabalhado com a Junta e pela Comissão Fabriqueira”.

Estes planos tiveram voto contra da oposição, que fez vários reparos a gestão da Junta. “Passou sete anos a mentir aos taipenses, tanto poupou que agora vai embora sem gastar nada. Eu transformei a vila, você só fez três cafés e num sítio que nem deveriam lá estar [Antigo Mercado]”, disse Constantino Veiga, acrescentando ainda que a Junta “vai gastar dinheiro em obras da competência da Câmara”. Já Manuel Ribeiro mostrou-se contra o “projeto furado” do Parque das Levadas. “É desnecessário”, disse, enfatizando que “Taipas e Ponte estão bem servidos de parques”. Para o deputado social-democrata, o Parque das Levadas “será de difícil acesso, não tem acesso direto ao rio e é junto a uma estrada muito movimentada”. Quer Constantino Veiga quer Manuel Ribeiro fizeram ainda o reparo de que “o canal de metrobus projetado pelo município passa por este local”. 

 

Trânsito: Junta em reuniões com a Câmara para fazer alterações

Apesar de na agenda não constar qualquer ponto especificamente relacionado com o trânsito na vila, em várias ocasiões esta temática foi abordada, com Luís Soares a sustentar que já reuniu duas vezes com a Divisão de Trânsito da Câmara Municipal de Guimarães para analisar “soluções para resolver os problemas sinalizados”. Sem se querer comprometer, o autarca revelou que foram apresentadas algumas propostas por parte do município, “umas com as quais concordamos, outras nem tanto”.

“Na avenida Trajano Augusto, que desce da Junta para as Termas, temos defendido que aquela rua deve ter o sentido invertido; já o fazemos desde 2013. Na rua Padre Silva Gonçalves aqueles 50 metros só de um sentido não fazem sentido nenhum. Não sei se vamos conseguir, estamos a batalhar para fazer essas alterações”, explicou Luís Soares. Manuel Ribeiro expressou que “era absolutamente importante que essas hipótese, sugestões e soluções transpirassem para as pessoas”, sugerindo que se debatessem publicamente as alternativas. “O debate era lá atrás, quando vocês aprovaram o projeto, mesmo o PS apontando vários destes aspetos”, respondeu Luís Soares.

Sobre este tema, Constantino Veiga referiu ter dificuldades em entender que a Junta fique “impávida e serena com os pontos perigosos das obras”, apontando como exemplo o cruzamento junto à Padaria Centenária: “Só não ainda morreu lá gente por milagre”, atirou. O presidente da Junta de Freguesia concordou, dizendo defender uma postura diferente do trânsito nesse local. “Esse cruzamento é um ponto muito importante. Defendemos desde 2017 que devia ser ao contrário, acho que vai ser alterado”, concluiu.