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“Obras de São Torcato nas Taipas”: oposição fala em “projeto sem cautela”

Bruno José Ferreira
Política \ quinta-feira, outubro 26, 2023
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Domingos Bragança diz sentir-se “orgulhoso” com o investimento que está a ser feito, alertando para as “mudanças de comportamento” que hoje se exigem à sociedade.

Os trabalhos complementares na obra de requalificação do centro cívico das Taipas foram aprovados por unanimidade na reunião de câmara desta quinta-feira, mas mereceram reparos da oposição. Hugo Ribeiro, vereador eleito pelo PSD, brincou mesmo com a situação, referindo que “parecem as obras de São Torcato que nunca mais acabam”.

Apesar de se dizer ser a favor da obra, o social-democrata relembrou que “esta é a segunda vez que se faz uma deliberação de trabalhos complementares”, alertando que “já é quase mais um milhão de euros” a juntar à adjudicação inicial.

A intervenção de Hugo Ribeiro teve como principal foco a necessidade de realizar estes trabalhos complementares, pondo em causa o projeto que, na sua ótica, “foi feito sem a cautela exigida e por esse desleixo temos de pagar mais”. O vereador questionou “que levantamento geológico foi feito que não identificou a situação dos solos instáveis junto aos Banhos Velhos”, por exemplo, ou o facto de apenas agora se perceber que é necessário baixas as linhas elétricas.

Lamentando o sucedido, Hugo Ribeiro acrescentou ainda estar “ciente” que “no futuro será necessário gastar mais dinheiro para corrigir coisas que estão mal feitas nesta obra”: “O mais grave é a questão do trânsito, o município vai ter de fazer uma intervenção e fundo porque o trânsito junto às escolas é caótico”, sustentou.

Bragança fala em “orgulho”: “centralidade excecional nas Taipas”

Domingos Bragança respondeu que “se há pessoa que fica irritada com trabalhos a mais é o presidente da câmara”, complementando que as razões apresentadas são “fundamentadas” e, por isso, a “câmara tem de aceitar”, vincando até que se o processo não tivesses estes trâmites “o Tribunal de Contas pode dizer que não está bem”.

De resto, o líder máximo do município sustentou que, de facto, “esta obra tem saído fora do normal” ao passar por dois momentos críticos, como a pandemia e a guerra na Ucrânia. Neste caso em concreto, Bragança diz que estamos perante situações “claramente imprevistas”.

Para lá destas questões, o presidente da câmara reforçou novamente a ideia de que esta obra criará uma “centralidade excecional nas Taipas”: “Orgulha-me muito esta obra”, disse. “Foi um compromisso que assumi pessoalmente, só tenho de pena de não ter o mesmo orçamento para as outras oito vilas. Todas as intervenções importantes em espaço público são polémicas, temos de mudar costumes e comportamentos, pode ter implicações negativas a nível político para quem toma esta decisão, mas é uma obra que assumo”, frisou.

Domingos Bragança sustentou que esta é uma obra que “está no enquadramento do que o quadro europeu exige”, a nível de fruição de pessoas e devolução do espaço púbico às pessoas, acrescentando que está a ser trabalhado para “haja aparcamento de proximidade ao centro da vila”: “Sinto-me muito orgulhoso disto, espero que esteja pronta no final do ano, há uma centralidade das Taipas excecional”, reforçou, acrescentando que os últimos, anos juntando esta e outras obras, como Escola Básica, a Alameda Rosas Guimarães ou o antigo mercado o investimento já é de quase 20 milhões.