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No regresso, ExcentriCidade aposta nas residências artísticas em comunidade

Tiago Dias
Cultura \ quarta-feira, abril 27, 2022
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Com cinco dos nove polos a norte do concelho, o programa aposta, em 2022, numa residência em cada um, oferecendo ainda espetáculos ou conversas em ássuntos culturais ou de comunidade.

Interrompido em 2020 e em 2021, anos do mais forte impacto pandémico, o ExcentriCidade, programa de descentralização cultural da Câmara Municipal de Guimarães, está de volta. E fá-lo sob uma nova pele, a do trabalho em comunidade, que se acumula à das peças de teatro, concertos e sessões de cinema, nutrida entre 2015 e 2019.

As freguesias de Caldelas, Ponte, Brito e Barco, bem como a União de Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia, integram o leque de nove polos concelhios que, depois da “novidade inicial dos espetáculos”, sentiram “alguma estagnação” na vivência do programa, mesmo com uma oferta bimensal de alguma criação de índole cultural. Face à “necessidade de chegar mais longe”, o município apostou nas residências artísticas em comunidade.

“O Excentricidade continua a acontecer nos nove polos em que acontecia”, adiantou Paulo Lopes Silva, na apresentação do novo formato, decorrida esta terça-feira, no centro paroquial de Moreira de Cónegos.

A rigidez bimensal que pautava o programa – cada polo recebia um espetáculo sempre no mesmo dia da semana – dá lugar a um modelo que, em 2022, terá um trabalho comunitário em cada polo, fruto de uma residência artística, e “dois ou três momentos de programação regular” – teatro, música, cinema, conversas ou sessões de trabalho -, mas sem aquela “cadência de dois em dois meses”.

“A iniciativa prescinde da regularidade, mas não da qualidade. Ao invés de contratarmos um espetáculo para aquele dia e ele desaparece, vamos ter um processo de residências artísticas de comunidade”, realçou o vereador.

Das prometidas residências artísticas, quatro delas estão em curso: uma delas é em Briteiros, entre o artista Bruno Laborinho, o grupo de teatro Citânia e a cooperativa Castreja, juntando-se ao trabalho Verde Preto, da Discos de Platão, assente na tradição oral de Moreira de Cónegos, a um exercício de memória têxtil em Pevidém, com o artista Frederico Dinis, e a um teatro comunitário em Ronfe, com a companhia Etcetera.

Para 2023, Paulo Lopes Silva espera que cada polo conte com duas residências artísticas e quatro a cinco espetáculos regulares, podendo alguns coincidir com “momentos altos” nos calendários das freguesias; deu o exemplo da Festa da Juventude, em São Torcato, o outro dos polos que compõem o ExcentriCidade.