Ministro realça que a educação ambiental deve ser projeto das escolas
O “poder transformador” da educação no que à consciencialização ambiental diz respeito começou há pelo menos 30 anos, quando as escolas incentivaram os alunos a separarem o lixo e lançaram o programa eco escolas, em 1996, lembro o ministro da Educação na quarta sessão das Vitrus Talks, realizada este sábado na black box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG).
Recebido no exterior daquele equipamento com protestos dos professores, exigindo a sua demissão, João Costa vincou que o ambiente deve ser alvo de um debate transversal às várias disciplinas escolares e não concentrado numa disciplina específica do currículo. “A questão ambiental não pode ser trabalhada isoladamente. Tem de ser trabalhada pelas diferentes disciplinas. A educação ambiental tem de ser um projeto das escolas”, vincou durante a conferência.
O ministro lembrou que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento aborda a sustentabilidade e disse compreender os protestos de jovens estudantes contra as políticas ambientais do Governo que integra, mesmo discordando com o fecho das escolas. O responsável pela tutela vincou ainda que “não é fácil gerir o currículo nas escolas” no sentido de concentrar a sensibilização ambiental numa só disciplina e lembrou que a consciencialização ambiental pelo Ministério da Educação começou no final do século XX, quando o Ave era o rio mais poluído de Portugal devido à atividade industrial e o ambiente ainda estava de fora das preocupações das autarquias.
“A educação é a alavanca para essa transformação”
Perante as cerca de 150 pessoas que enchiam a black box, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães defendeu que “a educação é a alavanca” para a transformação das pessoas e considerou que as escolas podem trabalhar melhor a questão ecológica a nível de currículo. Domingos Bragança enalteceu ainda o programa Pegadas, do Laboratório da Paisagem, como exemplo do “que se pode fazer junto das escolas”, e também o eco parlamento, para se ouvir os jovens. Considerou ainda que a elevação de Couros a Património Mundial é também “uma questão ambiental”.
Numa sessão que contou ainda com o presidente do conselho de administração da Vitrus, Sérgio Castro Rocha, e Ana Varela, a atriz confessou que a sua origem campestre e o contacto madrugador com a natureza a ajudou a criar “uma consciência ambiental desde cedo”, que procura aplicar no dia a dia.
Já o responsável da Vitrus falou dos guarda-rios, das cápsulas de café e da recuperação de eletrodomésticos para entrega a famílias carenciadas como exemplos de economia circular.