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Luís Soares vai escrever a Rui Moreira por interesse na estátua de Camilo

José Henrique Cunha
Política \ sexta-feira, setembro 22, 2023
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A vila de Caldas das Taipas está interessada na estátua de Camilo Castelo Branco situada no Porto, recentemente envolta em polémica e considerada “pornograficamente horrenda” pelo edil portuense.

Esta intenção foi manifestada, na sessão ordinária da Assembleia de Freguesia que ocorreu na segunda-feira, dia 18 de setembro, pelo presidente da Junta de Freguesia (JF), enquadrada numa resposta à bancada da coligação Juntos por Guimarães (JpG) que questionou o resultado dos trabalhos arqueológicos efetuados no decorrer das obras do centro cívico e da importância de preservar o património edificado e cultural da vila, nomeadamente, o património romano. Luís Soares enfatizou a importância de Camilo Castelo Branco dizendo que o escritor diz muito à vila e que a mesma não terá pruridos em receber a estátua. Sobre a questão em concreto que a oposição tinha colocado, relembrou que houvera já uma sessão pública com a equipa de arqueológicos responsável, tendo sido feito uma apresentação dos resultados desses trabalhos.

 

Oposição queixa-se da falta de limpeza no cemitério e Luís Soares lamenta as “migalhas” que a Câmara atribui à freguesia para eventos culturais

No terceiro ponto da ordem de trabalhos, tratamento de assuntos gerais de interesse para a Freguesia, sem carater deliberativo, Constantino Veiga sinalizou que o projeto da bancada de venda de flores na área circundante ao cemitério ainda não avançou, bem como, lamentou a falta de limpeza naquele espaço e o facto da capela estar “ao abandono”. Chamou ainda atenção para o facto de os fregueses recenseados na vila não estarem devidamente protegidos na inscrição dos seus filhos nas escolas da vila, fazendo notar que alguns tiveram de recorrer a outras áreas geográficas.

O Partido Socialista, por sua vez, enalteceu a “efervescência” cultural da vila, dando nota da qualidade observada nas festas de S. Pedro e nas várias iniciativas culturais e musicais que têm acontecido nos últimos meses.

Sobre as festas de São Pedro, Luís Soares congratulou-se com a manutenção do bom nível das mesmas, apesar do orçamento substancialmente inferior àquele que era despendido no passado, e, das contingências inerentes às obras em curso no centro da vila. Em relação às atividades culturais e festas da vila, o presidente da JF reclamou por mais apoios por parte do município, referindo que os atribuídos são uma “migalha” para a quantidade e qualidade dos eventos que a freguesia tem sido capaz de oferecer ao concelho. Advertiu mesmo que a paciência das pessoas esgota. A mesma queixa em relação ao protocolo de delegação de competências, que considera manifestamente insuficiente. Deu o exemplo de outros concelhos nos quais vilas com dimensão muito semelhante a Caldas das Taipas, recebem 10 vezes mais do que os 12.500 euros que a Câmara Municipal de Guimarães atribui ao abrigo do protocolo.

Sobre o projeto para a área envolvente ao cemitério, o presidente da JF, lembrou que a oposição absteve-se aquando da votação para autorizar a JF a abrir o concurso, tendo levantado algumas reservas jurídicas. Perante essas reservas a JF decidiu rever o processo e achou melhor pedir parecer jurídico, que, acabou por ir ao encontro do que o executivo preconizava estando agora em condições de avançar com o processo.

Quanto à dificuldade de os fregueses recenseados na freguesia inscreverem os seus filhos nas escolas da vila, Luís Soares admitiu a complexidade das regras, mas lembrou que a Junta de Freguesia não tem responsabilidade administrativa nesse processo e não tem conhecimento de sobrelotação da EB 2,3, estando, contudo, ciente que o pico de imigração sentido no país também afeta esta região e que essa situação, naturalmente, coloca alguma pressão na capacidade das escolas no momento das matrículas.

 

Dezembro é a nova data prevista para a conclusão das obras de requalificação do centro cívico da vila

Apesar de pouco crente neste novo prazo para a conclusão das obras, Luís Soares, interpelado mais uma vez pela oposição com a morosidade, qualidade, prejuízos dos comerciantes e falta de estacionamento, informou a Assembleia de Freguesia que numa recente visita do presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, para se inteirar do andamento das obras, lhe foi comunicada esta nova data. Disse ainda que aproveitou a presença do edil para lhe comunicar a sua preocupação e necessidade de correção de alguns aspetos na obra já edificada.

 

A coligação JpG apresentou uma exposição sobre o estado do estacionamento e da circulação na Vila, motivado pelas obras em curso

No documento apresentado, a coligação refere que a discussão da postura de transito e estacionamento na vila é um tema aberto na busca das melhores soluções que satisfaçam os interesses da população e comercio em geral. São enumeradas evidências em face daquilo que é já possível observar na obra executada.

Em primeiro lugar, o facto do trânsito se fazer quase exclusivamente em um só sentido, com concentração do mesmo na variante. Observa também que a entrada no centro da vila será feita com grande incidência pela Rua António Barros. Sinaliza também que a Rua Padre Silva Gonçalves sofre uma descontinuação na Avenida dos Bombeiros Voluntários e que há uma grande concentração do transito nas vias de acesso junto às duas escolas principais da vila.

Quanto ao estacionamento, o documento sinaliza que: o número de lugares de estacionamento diminuiu significativamente; o recinto da feira não é entendido como zona de estacionamento para os frequentadores do parque de lazer e respetivos comércios, o que acaba por pressionar a procura da alameda do parque para este efeito e, finalmente, que a oferta de novos comércios no mercadinho e na Avenida do Parque, bem como, outros a criar, acentua a necessidade de novos estacionamentos.

Perante este diagnóstico, a coligação insta a necessidade urgente de se procurar soluções sob pena de se instalar o caos na vila. O líder da bancada da coligação JpG, Manuel Ribeiro, admite que não têm soluções milagrosas e que as obras já realizadas, bem como, o perfilamento das ruas num só sentido, condicionam muito a implementação de soluções. Fez ainda o mea-culpa por não ter antecipado estes tópicos considerados problemáticos.

A bancada do Partido Socialista lamentou que este diagnóstico não fosse apresentado há 10 anos, mas concordou que é necessário unir esforços para encontrar e forçar junto das entidades competentes a implementação de soluções.

Luís Soares, por sua vez, lembrou que, há três anos, o executivo identificou terrenos para criação de bolsas de estacionamento, contudo, a Câmara Municipal não tomou ainda nenhuma ação. Teceu duras críticas à equipa de projetistas pelo excesso de passeios rampeados, que induzem em erro os automobilistas, levando-os a estacionar em zonas exclusivas para peões. Deu o exemplo de Famalicão, que para resolver o mesmo problema tem agora espalhados centenas de vasos pelas artérias da cidade. Diz que repetidamente tem reclamado por soluções junto do dono da obra, a Câmara Municipal de Guimarães, mas lamenta, admitindo, que não tem conseguido muita coisa. Apesar de considerar a situação “ridícula”, não tem dúvidas que alguém vai resolver isto. Quanto à capacidade da variante em absorver o aumento de circulação, diz que as Infraestruturas de Portugal vão levar a cabo algumas obras de melhoria, mas admite que a atual variante não resolve o problema do transito e lembra que aquando da apresentação do projeto no Centro Pastoral, tinha alertado para isso mesmo.

Notícia atualizada às 11.20 horas de 26/09/2023