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José Manuel Gomes deixa de coordenar programação dos Banhos Velhos

Redação
Cultura \ quinta-feira, janeiro 23, 2025
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Após 11 temporadas ao leme do mais reconhecido ciclo cultural de Caldas das Taipas, responsável vinca “o misto de alívio e de saudosismo” que perpassa ao deixar a direção artística.

José Manuel Gomes deixou de ser o diretor artístico dos Banhos Velhos, ciclo cultural de verão em Caldas das Taipas que coordenou nas 11 temporadas anteriores. O programador comunicou a decisão através da rede social Facebook.

“Terminou a minha ligação a este espaço que tanto me deu e ainda mais me diz. Depois de programar 11 temporadas é chegada a altura de sair. Foram 277 iniciativas: espetáculos de música, cinema, teatro, tertúlias, apresentações, atividades infantis, onde até um documentário houve engenho para se realizar”, escreveu.

José Manuel Gomes confessa que “há um misto de alívio e de saudosismo” num final que “nunca chegará a ser um fim”, porque “o cordão umbilical é demasiado forte para assim o ser”. Ligado ao ciclo desde 2011, quando estudou “a orgânica dum espaço museológico destinado a uma finalidade cultural” no âmbito do mestrado em mediação cultural e literária da Universidade do Minho, o responsável vinca que os Banhos Velhos, mais do que trabalho, eram missão.

“Programar os Banhos é carregar as cadeiras, ajudar a montar o palco, montar toda a logística, programar, planear e executar tudo: da programação à produção, da comunicação à logística. É ser um polvo de tarefas que é movido mais pelo espírito de missão do que outra coisa qualquer”,

Além do rol de agradecimentos aos vários intervenientes do ciclo desde a sua criação, em 2011, entre os quais os primeiros programadores, Paulo Dumas e Pedro Conde, José Manuel Gomes realçou que a vocação cultural dos Banhos Velhos chegou ás escolas e projetou a vila de Caldas das Taipas, pese “alguma incompreensão” pelo meio.

“Sendo algo bairrista, mas verdadeiro: não sabem do orgulho que era ouvir em plena rádio nacional “Banhos Velhos, em Caldas das Taipas”. É algo inexplicável o sentimento de que elevamos o nome do sítio de onde somos. Sentir que vinha gente de Guimarães, Braga, Famalicão, Porto, Lisboa, Viana, Beja, Faro, da Galiza, mas, fundamentalmente, que as pessoas vinham e voltavam a vir e que se conseguiu criar esta marca nas Taipas. Fomos os primeiros a descentralizar a cultura, por cá, e é bonito ver que assim continuou a ser feito e a uma dimensão que esbarra na surrealidade”, concluiu.