Já é possível saber qual é a pegada ecológica de cada um dos vimaranenses
Os dados para o conjunto do município foram conhecidos há pouco mais de um ano. Nessa altura os habitantes do concelho de Guimarães ficaram a saber que, em média, estão a consumir acima de duas vezes o que os recursos que têm disponíveis. Por outras palavras, se todo o planeta seguisse o registo de vida dos vimaranenses não chegariam dois planetas como a Terra.
As grandes fragilidades encontradas nessa altura apontavam para um peso excessivo do regime alimentar na pegada ecológica da população do concelho. O consumo de carne e de peixe tinham um peso de mais de dois terços da pegada ecológica, acima do peso da mobilidade.
Com a calculadora da pegada ecológica de Guimarães será possível aos habitantes do concelho perceber se estão abaixo ou acima daqueles valores médios e perceber o que terão de fazer e em que áreas para diminuir o impacto dos seus comportamentos no ambiente.
A disponibilização desta ferramenta em Guimarães é o resultado de uma parceria institucional entre a Câmara Municipal de Guimarães, a Associação Zero e a Universidade de Aveiro. O vereador Fernando Seara de Sá apresentou a calculadora como uma forma de perceber, através de um instrumento de medição, qual o impacto dos comportamentos individuais de uma forma mais precisa, indo além dos "conceitos abstratos".
Coube à associação Zero pegar no conceito e nas suas formas de medição da pegada ecológica junto da Global Footprint Network, a organização não governamental para o ambiente (ONGA) que desenvolveu o método de cálculo.
Estima-se que em 2050, 70% da população mundial viva em cidades, organismos de ocupação do território que se caracterizam por uma elevada dependência dos recursos naturais. Nesse sentido é necessário saber o que mudar e para isso é preciso saber em que medida. Sara Moreno Pires, da Universidade de Aveiro, foi muito clara: "os esforços que estão a ser feitos não são suficientes".
A calculadora da pegada ecológica deverá também ajudar os utilizadores a direcionar melhor os seus esforços individuais ao mesmo passo que deverá permitir aos decisores políticos atuarem em matérias e em áreas específicas do território.