
Húmus propôs diálogo, literatura e música para florescer a sociedade
O Húmus voltou a encher a cidade de Guimarães com um leque diverso de atividades culturais e de temas para reflexão.
Juliana Fernandes, diretora da Biblioteca Municipal Raul Brandão, acredita que o festival conseguiu envolver diversas faixas etárias e diversos interesses, proporcionado a participação ativa da comunidade.
“O balanço geral da 9ª edição do Festival Literário Húmus é extremamente positivo. Esta edição conseguiu, mais uma vez, cumprir o seu objetivo de promover a leitura, o livro, a reflexão critica, o pensamento e o acesso à informação, reunindo uma ampla diversidade de públicos e abordando temas relevantes de maneira acessível e enriquecedora”, destacou Juliana Fernandes nas declarações prestadas ao Jornal de Guimarães.
Durante todo o festival Húmus - nome de uma das obras mais emblemáticas do autor- invocou-se a obra e homenageou-se Raul Brandão.
"Um escritor que expressava a complexidade e a beleza das lutas humanas. O festival reforça a importância de continuar a apostar na cultura, no debate e na reflexão, mesmo em tempos difíceis", salientou a diretora.
Para continuar esse legado, o festival literário contou com a presença de grandes nomes da cultura portuguesa, como os escritores João Tordo, Tânia Ganho, Fernando Ribeiro e Mafalda Santos, que marcaram presença nas sessões de partilha de ideias decorridas ao longo do programa.
Já as conversas musicadas, com Pedro Abrunhosa, Luísa Sobral e Kátia Guerreiro, permitiram uma experiência múltipla aos espectadores.
“O público teve a oportunidade de ouvir a música, mas também de aprender sobre o significado das canções, das trajetórias, das inspirações e o impacto cultural que têm no país”, revelou a diretora.
O torneio da retórica, que une quatros escolas secundárias do concelho, e o podcast ao vivo “Toda a Gente Espera Andorinhas”, dos alunos de comunicação da CISAVE, também serviram de lembrete para o valor da educação.
“A intenção é mostrar à comunidade as habilidades impressionantes em comunicação, argumentação e expressão de ideias dos nossos jovens estudantes, reforçando a necessidade de investir em competências de comunicação e reflexão crítica nas futuras gerações”, frisou Juliana Fernandes.
O podcast, para além de estar inserido no festival, também assinalou o 33º aniversário da Biblioteca Municipal Raul Brandão.
"Fez-se um balanço do que foram estes 33 anos, aproveitando o contributo de um leitor assíduo desde o primeiro dia de abertura, da Biblioteca, dos técnicos e fizemos ainda uma breve passagem pela vida e obra do nosso patrono, justificando a importância do mesmo para a cidade e para a literatura", revelou a diretora.
O jantar mistério, uma exposição e o cine concerto “A pedra sonha dar flor” baseado na obra de Raul Brandão, também fizeram parte da programação.
O verso “As árvores para dar flor há-de-lhes doer”, de Raul Brandão, foi escolhida como mote para a 9ª edição do Festival Literário Húmus por revelar os desafios e o esforços que são necessários ultrapassar para alcançar a evolução e a transformação.
“Ao associar este verso ao festival, quisemos sublinhar que, assim como as árvores necessitam de dor para florescer, a sociedade também precisa de momentos de reflexão para alcançar uma verdadeira evolução. Esta escolha reflete, uma clara resistência do festival, face à situação atual da sociedade, que muitas vezes se caracteriza por uma aceleração da informação, desinformação, polarização e desafios em áreas como a educação e a cultura”, revelou Juliana Fernandes.
A diretora da Biblioteca Municipal Raul Brandão apelou ainda para a urgência, perante a predominância da superficialidade, de continuar a apostar no cinema, na música, no debate e na literatura. “A arte e a cultura têm o poder de aprofundar a compreensão”, frisou.
@ Imagem da Biblioteca Municipal Raul Brandão
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