Segunda parte do Guimarães Jazz com cinco concertos de quinta até sábado
Os timbres e os ritmos do jazz regressam nesta quinta-feira ao Centro Cultural Vila Flor, palco exclusivo da segunda semana do Guimarães Jazz, após uma primeira que envolveu também o CIAJG e o Convívio, casa das jam sessions. O espetáculo de encerramento, a cargo da Kathrine Windfeld Big Band, formação liderada pela compositora e pianista dinamarquesa que espelha a abertura, mas com feições contemporâneas e europeias, realiza-se no sábado a partir das 21h30 e está a caminho de esgotar; na manhã de quinta-feira, estavam vendidos 685 dos 796 bilhetes disponíveis. Na sexta-feira à noite, adivinha-se igualmente um espetáculo bem composto, com Buster Williams & Something More, formação que tem como protagonista o contrabaixista ligado à idade de ouro do jazz – são mais de 500 os bilhetes vendidos até agora.
Os espetáculos desses nomes de maior escala articulam-se com as experiências do baterista Mário Costa com a Orquestra de Guimarães, num espetáculo marcado para quinta-feira à noite que promete aventurar-se pela linguagem eletrónica, e com o projeto Sonoscopia, que propõe, para o sábado à tarde, uma performance de Elliot Sharp, na qual o jazz se cruza com outras expressões artísticas.
Nesse mesmo último dia, às 18h00, a formação residente do Guimarães Jazz atua no Pequeno Auditório: os Landline Plus One sobem ao palco para um concerto, além de protagonizarem as jam sessions – nesta semana, serão no café-concerto do CCVF – e as oficinas de jazz para músicos em formação, que se realizam até sexta-feira, entre as 14h30 e as 17h30.
“Este festival é mais exigente a vários níveis”
Explorar caminhos que vão além das grandes correntes do século XX deve ser um dos princípios de um Guimarães Jazz que se encontra na sua 32.ª edição, realça o diretor artístico, Ivo Martins. “Neste ano endurecemos em relação ao ano anterior. Este festival é mais exigente a vários níveis. Por vezes, é preciso alterar, porque temos de ter coisas mais difíceis, um jazz mais exigente, com mais critério. Não quer dizer que seja melhor, mas o festival do ano passado era mais fácil de apreender”, compara, em declarações ao Jornal de Guimarães.
A primeira semana do Guimarães Jazz teve sete concertos: depois da abertura com a Vanguard Jazz Orchestra, uma das big bands mais influentes da segunda metade do século XX, que fez da noite de quinta-feira uma celebração num Centro Cultural Vila Flor (CCVF) quase repleto, subiram também ao palco do Grande Auditório Francisca Abreu o Aaron Parks Quartet, na sexta-feira, perante mais de 600 espetadores, e o Michael Formanek Septet “New Digs” no sábado à noite e a Orquestra de Jazz da ESMAE no domingo à tarde.
No sábado à tarde, o Pequeno Auditório do CCVF recebeu o Pedro Molina Quartet, ao abrigo da parceria com o Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro, e um trio representativo do jazz contemporâneo europeu, com a violinista Maya Homburger, o pianista Agustí Fernández e o contrabaixista Barry Guy.
Para Ivo Martins, as propostas até agora apresentadas compõem um programa com “várias opções estéticas, várias formas e categorias”, que refletem um “jazz variado e por vezes agressivo”, mas também concorrido, à semelhança dos anos anteriores. “As pessoas gostam do festival e aparecem, com chuva e sem chuva, com mais ou menos dificuldades. A presença das pessoas valida o que estamos a fazer e as nossas ideias. O festival já tem um elã e uma dinâmica que fazem com que flua naturalmente”, descreve o responsável.