Guimabus apresenta 50 novos autocarros 100% elétricos
A Guimabus apresentou, esta quarta-feira, 17 de setembro, pelas 10h00, no Pavilhão Multiusos de Guimarães, a sua nova frota de 50 autocarros 100% elétricos. O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, de Pedro Miguel Silva, vogal do Conselho Diretivo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), de Fernando Salgado, fundador e CEO da Guimabus, de Sérgio Ferreira, diretor-geral da empresa, e de Ana Paula Vitorino, presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), bem como de vários vereadores da autarquia vimaranense.
A sessão, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, contou com a intervenção de Domingos Bragança que destacou que este “é um exemplo que deve ser replicado em todo o país”. O autarca lembrou ainda que Guimarães, enquanto Capital Verde Europeia 2026, fruto de um objetivo e processo iniciado em 2014, será "um exemplo para as milhares de cidades europeias semelhantes ao nosso território", fator decisivo para a eleição em detrimento de grandes capitais.
O presidente da Câmara reforçou que a transição ecológica passa não só pela aposta em frotas elétricas, mas também pela viabilidade das rotas e horários do transporte público, condição essencial para conquistar a confiança dos cidadãos. "Só com um canal dedicado ao transporte público de passageiros é que podemos assegurar essa viabilidade", sublinhou.
Já Pedro Miguel Silva destacou que Guimarães é "um dos primeiros municípios a alcançar uma frota 100% elétrica, das mais jovens do país, com 75 autocarros no total". Sublinhou ainda que o trabalho da Guimabus "é um exemplo a nível nacional", em conformidade com as normas da União Europeia e da Organização Mundial da Saúde.
Para Fernando Salgado, fundador da empresa, “este dia ficará marcado na história de Guimarães”. Fernando, recordou que, em 2002, a Guimabus começou com apenas seis autocarros elétricos e que este crescimento resulta de um investimento de 20 milhões de euros, dos quais 12 milhões foram financiados pelo Fundo Ambiental. Salgado fez ainda questão de reconhecer o contributo dos mais de 400 trabalhadores do grupo e definiu como meta de futuro próximo chegar, em 2026, a uma frota de 88 veículos elétricos.
Sérgio Ferreira, diretor-geral da Guimabus, apresentou uma análise do passado, presente e futuro do Grupo Vale do Ave, que integra a empresa. Em Guimarães, entre 2022 e 2024, o número de passageiros aumentou 23%, passando de 4,36 para 5,22 milhões, e os passes mensais cresceram 19%, de 180 mil para 240 mil. Os objetivos para 2026 incluem o fim dos veículos Euro 5 e o aumento da frota para 340 autocarros, dos quais 88 elétricos. Ferreira destacou ainda que a Guimabus já cumpriu as metas europeias de redução de emissões de carbono para 2035 (65%) e 2040 (90%).
Sobre os novos autocarros, o responsável explicou que metade já está em circulação no arranque do ano letivo, sendo esse um dos grande objetivos da empresa. Quanto às especificidades técnicas, adiantou que cada veículo pode percorrer 400 km diários sem recarregar, sendo que o carregamento dura cerca de uma hora e é feito maioritariamente à noite, graças a 25 carregadores duplos de 150 kW. Outras novidades incluem sistemas de videovigilância, cintos de segurança, limitador de velocidade, deteção de peões, reconhecimento de sinais de trânsito, retrovisores com câmaras de vídeo e um sistema digital de monitorização que permite programar e analisar funcionalidades à distância.
O encerramento ficou a cargo de Ana Paula Vitorino, que afirmou que "em Guimarães o futuro começa sempre ontem". A presidente da AMT elogiou a cooperação entre a autarquia, a Guimabus, o IMT e a própria AMT, sublinhando que a sustentabilidade deve ser também ambiental, social e financeira.
Em jeito de complemento à vontade mostrada por Domingos Bragança em ter uma via dedicada aos transportes públicos, alertou para o frequente incumprimento dos condutores, sugerindo a colocação de divisórias físicas em Guimarães, caso a medida avance. Por fim, lançou o desafio à cidade para aderir ao projeto "Escola Mobility Hub", que aposta na literacia da mobilidade entre os mais jovens, lembrando que são eles os principais agentes de mudança nas famílias, à semelhança do que aconteceu com a sensibilização para a reciclagem.