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Grupo Folclórico de Longos quer regressar aos grandes palcos

Alfredo Oliveira
Freguesias \ quinta-feira, fevereiro 15, 2018
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A Associação Cultural e Recreativa do Grupo Folclórico de Santa Cristina de Longos tem um novo presidente. Depois de alguma incerteza, João Gonçalves João Teixeira assumiu a liderança desta associação criada em maio de 1993.

Há uns três anos que a Associação ficou sem direção e passou por momentos difíceis. Como diz o presidente da direção, “para algo que não dê dinheiro, neste momento, não é fácil encontrar pessoas disponíveis. Nesta associação não há retorno financeiro, só temos despesas. O que queremos é manter a tradição folclórica da freguesia, por isso, somos todos voluntários e estamos envolvidos por amor ao folclore”.

Se não tivesse acedido aos pedidos que lhe fizeram, a Associação poderia ter os dias contados. Recorda que ainda teve um filho à frente do grupo, como presidente e como músico, mas a sua ida para Lisboa, por motivos profissionais, tornou impossível a sua continuação.

Para além do filho, ainda tem a mulher no rancho como uma das cantadeiras, João Teixeira, não sendo músico nem dançador, irá dedicar-se, como afirma, “a recuperar o rancho”.

Um dos principais problemas do rancho é a falta de rejuvenescimento dos seus membros, “a juventude não é como a de outros tempos, antigamente, os jovens estavam à espera do fim-de-semana para saírem de casa e estarem com os elementos do grupo e divertir-se. Hoje, a juventude tem outros divertimentos e não há ninguém nem nada que puxe os jovens para o folclore”, justifica João Teixeira. Acrescenta que, “o rancho folclórico só terá futuro se os jovens forem substituindo os mais idosos, caso contrário a tendência será para acabar”.

Uma das medidas que o novo presidente da direção gostaria de ver implementadas era a do ensino de música e da dança nas escolas do primeiro ciclo, para assim, cativarem os jovens, desde cedo, para uma cultura nestas áreas.

Outro problema é o da falta de apoios institucionais mais significativos. Para suprirem as dificuldades económicas, em 2017 ainda fizeram um peditório na freguesia, para manter o festival anual no mês de agosto, uma tradição maior na freguesia, que tudo aponta se realizará a 4 de agosto. O rancho recebe ainda 500 euros de apoio camarário e vai usufruindo da cedência do pequeno autocarro de que a Junta de Freguesia dispõe e que utiliza nalgumas deslocações. Apesar da associação ter uma sede própria, por falta de espaço suficiente, os ensaios decorrem num espaço das escolas da freguesia.

Esses ensaios decorrem aos sábados à noite. Os interessados, fica o convite, podem aparecer a partir das 21h30min, no espaço acima referido, e nem precisam de saber dançar ou cantar. Como diz João Teixeira, “quem não sabe, aprende e se forem jovens ainda melhor”. Será de referir que o mais jovem elemento do rancho é uma menina de 7 anos, que já vai dando os seus primeiros passos no grupo.

Este é um dos principais objetivos do mandato do novo presidente da associação, o rejuvenescimento e crescimento do grupo: “Quero ver se subimos um pouco o nível do rancho, com mais elementos. Temos o mínimo de dançadores, que são oito pares, mas a intenção é cativar mais jovens, recuperar alguns elementos e passar a ter doze pares de dançadores”.

João Teixeira tem consciência das dificuldades que vai atravessar e sabe que o caminho não será fácil, pois, como acrescenta, “se fosse fácil criar e sobretudo manter um rancho folclórico já há muito que as Taipas teria um, já se fizeram várias tentativas, mas não se concretizaram”.

Falando sobre a vila de Caldas das Taipas, não deixou de referir o facto de terem deixado de ser convidados para atuar no S. Pedro e explicou porquê: “Deixámos de atuar na vila de Caldas das Taipas, mais concretamente no S. Pedro, devido a uns desentendimentos com o responsável desta área, esse responsável castigou o grupo de Longos e deixámos de ser convidados. Espero que a situação se altere e que a organização do S. Pedro das Taipas aposte nos ranchos folclóricos e passe a convidar este grupo, pois é a grande festa desta região”.

Por último, será de referir que o rancho folclórico de Longos, fundado a 10 de abril de 1979, aposta num folclore mais típico do Baixo Minho, com viras, chulas e malhões, tendo como suporte musical uma ronda composta por cavaquinhos, violas braguesas, concertinas, ferrinhos, reco-recos e bombo. Os trajes do rancho passam principalmente pelo traje de Noiva, de Trabalho, Domingueiro e Menina Rica.