Estratégia para o Turismo em Guimarães define 48 medidas a implementar até 2029
A Estratégia Turística 2019-2029 para Guimarães avança com 48 medidas, algumas delas já em execução, agrupadas em 12 projetos, com vista ao fortalecimento do concelho como destino turístico. Esses 12 projetos são por sua vez agrupados em três domínios, que a equipa que elaborou o estudo definiu como estratégicos: o Programa Identitário; a Valorização Territorial e o programa Conhecer Guimarães.
O estudo foi desenvolvido pela empresa Bloom Consulting, por encomenda da Câmara Municipal de Guimarães. A equipa esteva a trabalhar desde a segunda metade de 2018, juntamente com agentes locais no desenho desta estratégia. O objetivo do estudo passava por avaliar a procura de Guimarães e definir qual o seu posicionamento como destino turístico.
De acordo com o diagnóstico entretanto elaborado, existe em Portugal uma perceção clara do que é Guimarães e daquilo que tem para oferecer, apesar de ser reduzido o reconhecimento internacional. Como destino internacional é procurado sobretudo por espanhóis. Os agentes locais estão convencidos que Guimarães proporciona uma sensação positiva. No entanto, quem visita a cidade divide-se sobre se Guimarães oferece ou não uma experiência única.
Foram identificadas várias debilidades, que de resto já tinham sido identificadas aquando do lançamento dos trabalhos, em novembro de 2018. O curto tempo de estadia dos visitantes, a excessiva promoção dos recursos turísticos do centro da cidade ignorando os do restante concelho, o fraco interesse que junto dos jovens e o desconhecimento de Guimarães fora de Portugal foram os problemas identificados.
Para debelar estes constrangimentos, a Bloom Consulting avança com um conjunto de cinco recomendações, onde se inclui a procura de experiências complementares ao centro da cidade, unificando o território do concelho. Para isso, é entendido como fundamental alterar o registo de comunicação focado em ativos como o Castelo e o Paço dos Duques de Bragança.
Com o principal objetivo de reforçar o papel da atividade turística e reforçar a notoriedade de Guimarães, a "garra vimaranense" foi definida como ideia central, aliada à identidade e ao sentimento de pertença e orgulho, identificado como sendo características dos vimaranenses.
A estratégia está então organizada em três programas principais. O Programa Identitário propõe o desenvolvimento e divulgação da identidade vimaranense, com base sobretudo em ativos imateriais. O mapeamento das tradições costumes de Guimarães, a criação de um cartão que confere o estatuto de "Sócio de Guimarães" ou um kit de sobrevivência de Guimarães, são algumas das medidas apresentadas dentro deste programa.
No domínio da Valorização Territorial, que procurará promover a valorização de todo o território do concelho como parte do destino turístico de Guimarães, apresentam-se medidas sobre a mobilidade no território, propondo rotas circulares, passando pelos vários pontos de interesse de Guimarães. Cabem também neste domínio a estratégia de sustentabilidade ambiental ou a pedonalização do centro histórico.
O terceiro vetor da estratégia respeita às formas de dar a conhecer Guimarães aos visitantes, reforçando a humanização da experiência. É proposto o desenho de experiências à medida, recorrendo a visitas acompanhadas por habitantes locais. Partilhar as paixões dos vimaranenses é outra das vertentes delineadas, assim como o reforço de uma marca dos produtos vimaranenses foi apresentado como uma medida a desenvolver.
De toda a apresentação, feita por Miguel Roquette, responsável pela Bloom em Portugal, houve poucas referências à cultura, apesar da estratégia de afirmação de Guimarães das últimas décadas, potenciando o que se tem chamado de turismo cultural. A articulação com a política da cultura da cidade, especialmente a desenvolvida pelo próprio município foi raramente referida.
Apesar do alargado espetro de medidas apresentadas, a estratégia apresentada não deu a conhecer quais as prioridades, nem como essas medidas deverão ser implementadas ao longo do tempo, definindo-se apenas o ano de 2029 como limite para a estratégia. A quantificação dos custos da implementação da estratégia e das medidas foi algo que não foi dado a conhecer, pelo menos publicamente.