“Temos de começar as obras, não podemos andar em burocracias"
Após um primeiro mandato ainda marcado pelas restrições da pandemia, Maria Lopes foi reconduzida para um segundo mandato à frente dos destinos do CART. A presidente do emblema taipense tem como grande missão arrancar com as obras no pavilhão, “extremamente necessárias” para a evolução do clube. Questões burocráticas têm encravado a obra no município, algo que Maria Lopes quer resolver. Trabalhar para voltar a ter formação no hóquei em patins e preparar os 50 anos do clube são também prioridades.
Foi recentemente reeleita presidente do CART depois de dois anos a liderar o clube. Como é que olha para o primeiro mandato?
Foram dois anos após uma pandemia, por isso há uma série de situações em que praticamente tivemos de fazer um recomeço, essencialmente nas modalidades coletivas. Foi um recuperar de muitas situações, algumas conseguimos, como foi o caso do voleibol, outras nem por isso como é o caso do hóquei, em que acabámos por perder a formação. A primeira época foi, então, numa forma adaptada por causa da pandemia, correu bem numas áreas, os resultados têm vindo a evoluir, no hóquei estamos a começar do zero na formação.
O que a levou a recandidatar-se a mais dois anos na presidência?
Principalmente a questão das obras. Era esse o principal objetivo quando me candidatei a presidente, porque não estou no CART de agora, estou aqui há muitos anos. Candidatei-me para levar as obras para a frente. Infelizmente, à volta das burocracias que ainda continuam com a Câmara Municipal ainda não conseguimos arrancar com as obras.
Temos novas pessoas na equipa, a nível de organização daquilo que está na direção e o que cada um faz há alterações e eu estou muito focada com as obras. Temos mesmo de arrancar. À quantidade de atletas que temos, aos resultados que estamos a ter, é extremamente necessário: neste momento temos cinco atletas no Campeonato Nacional de Patinagem Artística; levámos uma equipa a terceira melhor equipa nacional de voleibol em infantis, não estamos a falar de regional – é nacional. Precisamos de dar ainda mais condições de trabalho às pessoas, porque a evolução está a pedir.
Não podemos estar continuamente à espera, temos mesmo de começar as obras. O que me fez continuar como presidente é precisamente isso, focar-me na questão das obras.
Em que ponto está esse processo das obras?
Continuamos com situações burocráticas de licenciamento. Estou à espera de uma última resposta e, muito sinceramente, se esta resposta não vier em breve vou ter que por os pés ao caminho, ir falar com o presidente da Câmara Municipal, porque não dá para continuamente dar respostas a uma coisa hoje, passados quinze dias a outra coisa, esperamos e isto não anda. Não estamos a falar de um projeto imobiliário, isto não vai dar dinheiro a ninguém, estamos aqui de forma voluntária e sem qualquer benefício, estamos a trabalhar num bem comunitário e não podemos estará qui continuamente à espera que analisem o nosso processo com todas as questões, e mais algumas. Recordo que isto já esteve aprovado, mas na altura não tínhamos a verba suficiente para pagar a licença de construção. Isto esteve aprovado, agora temos 200 mil euros aprovados. Estamos a entrar julho, é um apoio plurianual, já devíamos ter gastado 50 mil euros o ano passado e 50 mil este ano. Não temos licença para começar a construir algo que já esteve aprovado.
A nível desportivo que balanço faz da última época?
No global penso que todas as modalidades fizeram uma boa época, claro que umas melhores do que outras. Mas, olhando para a evolução dos atletas e das atletas estamos a evoluir, ninguém estagnou. Tivemos uma grande surpresa nos Masters +35, entraram numa vertente mais competitiva e conseguiram um excelente resultado, com a conquista da Taça de Portugal. Isso é bom, porque mostra que o CART é um clube de continuidade, pode-se começar aqui na formação e pode-se continuar na modalidade que se gosta até veteranos. Mostra que o CART tem capacidade de acolher várias faixas etárias. Conseguiram um feito.
Para além das obras, um dos grandes desafios do clube é a reativação das camadas jovens de hóquei em patins?
Já estamos a trabalhar isso, já temos aqui algumas crianças à terça-feira. temos é que começar do zero, que é o que estamos a fazer. Temos crianças de quatro anos, de cinco anos. Conseguimos ir para as escolas nas férias da Páscoa, conseguimos ir agora também nas férias grandes, conseguimos arranjar mais monitores para abranger uma grande área geográfica do concelho de Guimarães, a nível de escolas básicas, e é por aí que estamos a trabalhar: estamos a começar do zero.
No aniversário do clube demonstrou algum desagrado pela participação reduzida nesse momento. É necessária maior envolvência por parte das pessoas?
Falta muito o espírito de clube aqui nas Taipas. isso nota-se até na formação do hóquei, muitos atletas das Taipas espalhados pela região. Falta muito esse espírito. Está-se a batalhar nisso, temos de preparar os cinquenta anos, está quase, queremos fazer algumas campanhas para angariar novos simpatizantes. Uma das coisas que me deixou muito contente na última eleição, na assembleia, foi o facto de ter cá dois dos fundadores, que significa que aos poucos estão a começar a voltar a recuperar o interesse pelo que se passa no CART. temos de continuar a fazer esse trabalho e prepara a festa dos 50 anos, que é para o ano. Continua a haver falta de espírito de clube, de estar numa instituição de utilizada pública sem fins lucrativos. Estamos a trabalhar nisso. Por isso é que há alterações na equipa da direção, as pessoas que entraram têm um pouco mais esse espírito, já estão a trabalhar em angariação de fundos.