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Em ano de mudanças, houve espaço para evoluir na 1.ª Divisão

Tiago Dias
Desporto \ sexta-feira, junho 07, 2024
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Ases, Campelos, Souto e Gondomar, Longos: mais acima ou mais abaixo na tabela da Série C, todos esses clubes mudaram de treinador ao longo de uma época em que houve margem para crescer.

Ases, Campelos, Souto e Gondomar, Longos: mais acima ou mais abaixo na tabela da Série C, todos esses clubes mudaram de treinador ao longo de uma época em que houve margem para crescer, pese as contrariedades como perda de motivação face aos resultados ou lesões. Plantéis abrem perspetivas otimistas para 2024/25.

As classificações dos quatro emblemas da área noroeste do concelho de Guimarães na Série C da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Braga (AF Braga) diferem: o Ases de Santa Eufémia terminou a competição no segundo lugar, insuficiente para a almejada subida de escalão, o Operário de Campelos foi sétimo, numa época em que ocupou quase sempre posições melhores, o Souto e Gondomar nono e o Longos 12.º, os dois com performances estáveis. Mas houve algo comum a todos eles em 2024/25: mudaram de treinador.

O clube de Santa Eufémia de Prazins fê-lo em meados de novembro, quando ocupava o sétimo lugar em seis jornadas, com nove pontos. Filipe Magalhães rendeu Marco Rodrigues e encontrou um “grupo cabisbaixo”, com “jogadores tensos” que se foram libertando à medida que as vitórias apareciam. Embora afastado da luta pelo título em fevereiro, ao perder na receção ao campeão São Cristóvão por 2-0, na 15.ª jornada, o Ases trepou com solidez na classificação até à vice-liderança.

Para o treinador, essa ascensão é sinal de “um trabalho bem feito”, de que “os atletas evoluíram”. “Enquanto esteve na minha liderança, a equipa teve um bom rendimento. Encontrámos um São Cristóvão extremamente forte, que não deu hipóteses aos concorrentes. Só deu para o segundo lugar, com muito mérito do São Cristóvão”, realça. Filipe Magalhães descreve como “bom e gratificante” o trabalho de uma equipa técnica que vai continuar de vermelho e branco em 2024/25, pronta a elevar “um clube muito bem estruturado por dentro”. “Demonstra ter capacidade para estar noutros patamares que não a 1.ª Divisão distrital”, sugere.

Em Campelos, a troca de treinadores deu-se ainda mais cedo: Ziad Pereira voltou em meados de outubro para substituir Sérgio Rafael e assumir um plantel que ocupava o quinto lugar, com cinco pontos, após a terceira jornada. Os operários subiram à liderança após a sexta jornada e mantiveram-se quase sempre no primeiro terço da tabela, colados ao segundo lugar, antes de claudicarem nas quatro últimas jornadas. “O trajeto foi positivo, fora os últimos quatro jogos. Depois de perdermos com o Ases e de o segundo lugar ficar matematicamente fora de hipótese, a equipa foi-se abaixo. Se, nos últimos quatro jogos, tivéssemos ganhado dois, ficávamos no quarto lugar. Era o lugar a que pertencíamos”, realça.

Pese “algumas lesões graves” que, várias vezes, reduziram as opções de um plantel “já curto” para 14, 15 ou 16 jogadores, Ziad Pereira enaltece o comportamento de um grupo com vários elementos abaixo dos 20 anos, que “deu tudo” para lidar com uma “época atípica” e que, a seu ver, pode dar mais ao clube na próxima época. “Foi um ano de aprendizagem para a maioria deles. Acredito que muitos vão dar um salto”, diz o técnico, de saída do clube.

Nono classificado, com 25 pontos em 26 jornadas, o Souto e Gondomar ocupou essa posição na maioria do campeonato, pese a mudança de treinador no início de março: Mário Meira substituiu Ricardo Peixoto e liderou, nas últimas nove rondas, uma equipa “irreverente”, também sujeita a “alguma irregularidade”, fruto da juventude. Às portas de mais uma época num “clube estável, com ótimas infraestruturas”, o treinador crê que é preciso “misturar juventude com maturidade”.

Já o GD Longos somou nove pontos na primeira volta, com Ricardo Marques a treinador, e nove na segunda, com Sérgio Nuno. Ao leme dos verde-rubros desde janeiro, o técnico enaltece o crescimento de vários jogadores jovens, que “estarão com outro andamento” em 2024/25. “Não é só no sucesso que se evolui. O percalço também serve de evolução. Tivemos contrariedades como lesões e castigos quando estávamos a melhorar, mas destaco a grande ambição e o grande querer da equipa”, salienta.