Elevação a vila de Caldas das Taipas - intervenção de Luís Soares
Luís Soares socorreu-se dos termos do próprio decreto-lei que elevou à categoria de vila a povoação de Caldas das Taipas, a 19 de junho de 1940, para evidenciar as excecionais circunstâncias económicas, sociais e políticas que levaram a essa decisão: "De facto, a povoação de Caldas das Taipas possui variadíssimos e excelentes estabelecimentos comerciais, igrejas, estação postal, com serviços de correios, telégrafos e telefones, mercado permanente e é um importante centro termal, agrícola e industrial".
É a partir desta contextualização histórica que Luís Soares defende uma reflexão sobre o que pretendemos construir para o futuro". Ainda sobre este passado, o deputado socialista é também um dos que defende a criação de comissão científica, capaz de levar à prática um projeto coletivo que possa redundar num Museu da Vila das Taipas, onde estejam presentes depoimentos pessoais, estórias e um conjunto de documentos dispersos por pessoas públicas privadas (atas, cartas, fotografias, postais, livros, pinturas, mobiliário, equipamento industrial, agrícola, artesanato), que constituindo-se grande parte como acervo de coleções privadas, não deixam de pertencer à memória pública e coletiva que devemos querer preservar".
O também presidente da comissão organizadora das Comemorações do 75º Aniversário da elevação de Caldas das Taipas a Vila deu o exemplo desta iniciativa para mostrar que é possível uma conjugação de esforços:"Os partidos e a Assembleia de Freguesia mostraram que, não obstante as divergências ideológicas que nos separam, é possível trabalhar em conjunto pela vila, oportunidade de esbatermos as diferenças, e de todos juntos fazermos diferente".
Elencou as iniciativas já desenvolvidas e em curso, caso da exposição de fotografia no Centro Comercial Passerelle, onde foi dada relevância ao espaço público: "Num ano em que publicamente o município reconheceu a intenção de intervir no centro da vila é importante refletir sobre o que os taipenses pretendem ver realizado. Destacou ainda os "guias improváveis", visitas guiadas à história da nossa vila e o o ciclo de debates subordinados aos temas Passado, Presente e Futuro.
Esse primeiro debate já realizado, foi "um momento que ficará na história da nossa vila", onde através de "uma conversa desempoeirada e franca" se estabeleceu "uma reflexão profunda sobre o futuro da vila das Taipas". Luís Soares destacou o consenso estabelecido quanto à necessidade de existir competição mas privilegiando a colaboração, o reconhecimento das potencialidades do "segundo rio" que passa na vila, que é o Avepark e a necessidade de se "elaborar um plano estratégico para a vila".
Ao salientar o "cooperar em vez de competir", afirmou que, entre as forças políticas "é muito mais o que nos une do que o que nos separa. Há aspetos transversais aos programas eleitorais de todos os partidos concorrentes às eleições autárquicas. De facto, todos queremos o alargamento do parque, a despoluição do Rio Ave, a reabilitação da Praia Seca, a requalificação do centro da vila, a recuperação do nosso património turístico. E a pergunta que se impõe é a seguinte: Se todos queremos as mesmas coisas por que é que não conseguimos? Ou melhor, por que é que só agora estamos a conseguir?".
Luís Soares prestou ainda homenagem às associações e coletividades da vila "pelo contributo que diariamente dão à sociedade" e ao "desenvolvimento da vila".
Para finalizar, elencou os elementos definidores de Caldas das Taipas no concelho e na região num futuro próximo: uma vila turística termal; um território urbano cuidado; uma vila com história e identidade próprias, moderna e vanguardista; uma indústria secular do setor das cutelarias como recurso diferenciador; uma vila do conhecimento, com investigação e desenvolvimento, uma ligação muito forte às universidades e às escolas e potencializar os ativos ambientais inseridos na Capital Verde Europeia.