E vão 187 anos: Há "passado, presente e futuro" nesta Banda Musical
A Banda Musical de Caldas das Taipas celebrou 187 anos, voltou a fazer a festa na rua e deu um concerto aberto à comunidade. O 05 de outubro foi, assim, “mais uma vitamina” que alimenta o desígnio de “levar o projeto mais longe”. “Temos muito futuro pela frente”, vaticinou Henrique Azevedo, o presidente da coletividade que caminha para os 200 anos.
Depois de um ano em que o som não ecoou nas artérias principais da vila, dezenas de músicos desafiaram um dia cinzento e chuvoso e, em jeito de parada, calcorrearam a vila termal. O dia começou cedo: às 09h00 uma visita ao cemitério para homenagear os associados falecidos; meia hora mais tarde, o hastear da bandeira na sede; seguiu-se a missa na Igreja Matriz e, pelas 11h30 já se ouviam os rufares e os agudos dos trompetes no polidesportivo – sinal de que o concerto que encerrava o dia de comemorações estava prestes a começar.
Seguiu-se cerca de uma hora de música para toda a comunidade. Momento sintomático de décadas de “serviço”. E isso foi vincado nos discursos do presidente da Junta de Freguesia de Caldelas, Luís Soares, e da vereadora Adelina Paula Pinto.
“A banda é uma marca de cultura na vila, expoente máximo na área musical”, começou por dizer Luís Soares. O discurso também se debruçou sobre a Academia de Música Fernando Matos: “É um orgulho saber que está terra tem músicos no passado, agora no presente, e que vai continuar a ter no futuro”. Esse futuro está intimamente ligado à academia e, (também) por isso, Luís Soares apelou a um trabalho conjunto entre Câmara Municipal de Guimarães e junta para “encontrar uma solução” e dotar a banda de um espaço “que sirva as suas pretensões”.
Adelina Paula Pinto vincou “a bela prenda dada à comunidade” no dia de aniversário. Aliás, ambos os discursos confluíram no apreço pela pegada que extravasa o campo cultural: o trabalho em comunidade realizado pela banda “engrandece” a vila e “atrai” gentes de outras latitudes. “O que queremos é que no nosso território, depois de um ano e meio terrível, seja coeso e garanta qualidade às comunidades, mas locais e que também atraia gente. Assim garantimos presente e estamos também a garantir futuro da banda”, explicou a vereadora.
Antes da banda encabeçada pelo maestro Charles Gomes seguir com o concerto, Adelina Paula Pinto destacou o “papel crucial da cultura” nos meses ensombrados pela pandemia. “Precisamos das artes e cultura, precisamos daquilo que nos eleva. É a música que nos levanta”.