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Duas dezenas de casos de incêndios em ecopontos em quatro meses

Bruno José Ferreira
Sociedade \ terça-feira, março 08, 2022
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Fenómeno que se tronou num flagelo um pouco por todo o concelho ganhou especial impacto a norte nos últimos tempos. Quatro carros foram parcialmente destruídos pelas chamas nos últimos quatro meses.

Os últimos meses foram pródigos no registo de ocorrências em que ecopontos de recolha seletiva de resíduos foram totalmente ou parcialmente consumidos pelas chamas. Este fenómeno, muitas vezes associado a situações de vandalismo, não é propriamente novo no concelho de Guimarães – Urgezes foi uma freguesia fustigada por este problema – e está agora a ter expressão no norte do concelho.

O Reflexo noticiou vários destes casos, em que os danos provocados foram consideráveis, e contactou a Guarda Nacional Republicana, que confirmou várias ocorrências deste género, detalhando com números: “A GNR, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, através do Posto Territorial de Caldas das Taipas, registou cinco ocorrências de vandalismo de ecopontos e/ou contentores do lixo, que foram totalmente consumidos pelas chamas. Já no ano de 2021, a Guarda tem o registo de quinze ocorrências relacionadas com incêndio de ecopontos, caixotes do lixo e caixotes de recolha de papeis”.

Ou seja, de acordo com os dados da GNR nos últimos quatro meses registaram-se duas dezenas de ocorrências. Os Bombeiros das Taipas, apenas esta ano 2022, foram chamados a intervir em cinco ocorrências, tendo mobilizado 21 operacionais e cinco veículos. De acordo com as relações publicas de Braga da GNR, estas ocorrências não dizem respeito apenas a atos de vandalismo, mas estão também relacionados com casos de desleixo. “Pese embora haja ocorrências de vandalismo, também existe algumas situações de incúria, de pessoas que depositam no lixo brasas ainda acesas de lareira e também pontas de cigarro”, referiu a GNR ao nosso jornal.

 

Taipas, Barco e Ponte: viaturas danificadas de madrugada

Tal como já foi referido, os principais casos levaram mesmo a que viaturas que estavam estacionadas na via pública, em lugares de estacionamento junto aos contentores, ficassem praticamente destruídas, ou com danos consideráveis. O dia 5 de novembro foi fatídico a este nível no centro das Taipas, com duas ocorrências em simultâneo na Rua 19 de junho, às 4h20 da manhã, na qual dois veículos ficaram danificados. Nessa noite registaram-se mais duas ocorrências do género, uma na Rua Padre Silva Gonçalves e outra em Sande São Lourenço, espaçadas por um curto período de tempo.

Já este ano, no último dia de janeiro, junto ao Parque de Lazer de Barco, a escassos metros da ponte sobre o rio Ave, mais três contentores foram consumidos pelas chamas e um moloque ficou parcialmente destruído, assim como a viatura que estava estacionada nas imediações. A hora da ocorrência foi similar à da maioria das ocorrências deste tipo, às 4h27, sendo mobilizados para o local cinco elementos dos Bombeiros das Taipas, apoiados por uma viatura. 

Mais recentemente, no decorrer do mês de fevereiro, no dia 13, a ocorrência teve lugar em Ponte, na Rua São João Batista, junto à Estrada Nacional 101. Às 2h20 os Bombeiros das Taipas receberam o alerta para mais uma situação do género. A juntar aos três contentores que ficaram totalmente destruídos, uma carrinha de mercadorias que estava estacionada ao lado sofreu também danos consideráveis.

A GNR dá conta ao nosso jornal que “tem estado particularmente atenta aos acontecimentos na zona descrita e nesse sentido o policiamento tem sido assegurado quer pelos militares do Posto Territorial quer pelo empenhamento de outras valências da Guarda em ações coordenadas de patrulhamento, fiscalização e sensibilização, promovendo assim a visibilidade e segurança pública, na área em apreço, por forma a identificar possíveis suspeitos”.

Esta força policial indica que a prevenção é fundamental, fazendo alusão às ocorrências acidentais, e reforça a ideia que é fundamental a denúncia destas ocorrências. “A Guarda relembra ainda que, a população deve ter especial atenção quando depositam o lixo no contentor, verificando que não existe matéria incandescente ainda em combustão. Por outro lado, a denúncia é fundamental para que GNR consiga monitorizar o fenómeno criminal e orientar o esforço de patrulhamento para determinados locais”.

[ndr] artifo previamente publicado na edição de março do Jornal Reflexo.