Direita tece duras críticas à gestão da Taipas Turitermas e CMG
Vítor Machado foi o protagonista da noite, que em nome da Coligação Juntos por Guimarães (JpG), proferiu uma intervenção com muitas críticas à gestão da Taipas Turitermas e à Câmara Municipal de Guimarães (CMG).
Algum do público presente manifestou o seu desagrado, com sucessivas intromissões, enquanto o membro da coligação JpG discursava, ao ponto de este interromper por alguns minutos a sua intervenção. Esta situação motivou um voto de protesto da JpG considerando uma vergonha e falta de respeito o episódio verificado.
Donos de cães sem civismo
Mas antes isso, no período reservado à intervenção do público destinado ao pedido de esclarecimentos dirigidos aos membros da assembleia sobre assuntos do interesse da freguesia, um cidadão manifestou a sua indignação pela falta de higiene pública e de civismo das pessoas que passeiam os seus cães, sem ter o devido cuidado de recolherem os dejetos que estes vão fazendo pelas ruas e jardins da vila. Pediu à Junta de Freguesia que faça com que se cumpra a lei. Sugeriu a criação de espaços apropriados e a colocação de sinaletica, relembrando que há coimas a aplicar aos infratores.
PS propõe voto de congratulação pelo início das obras do polidesportivo e parque de campismo
Ainda no período antes da ordem do dia, no ponto destinado ao tratamento de assuntos gerais do interesse da freguesia, o PS propôs um voto de congratulação à Taipas Turitermas e à CMG pelo arranque das obras de requalificação do polidesportivo e do parque de campismo no parque de lazer da vila.
O voto de congratulação viria ser aprovado com seis votos favoráveis, cinco do PS mais o da CDU, contra cinco votos contra da JpG e uma abstenção do presidente da mesa, Mário Ribeiro. Nesta votação não participou o membro socialista Sérgio Araújo por pertencer à direção da cooperativa.
Houve várias declarações de voto da qual se destaca a da CDU, que frisou que o seu voto favorável não implica um juízo de valor sobre a gestão da cooperativa, nem um juízo de valor sobre a importância e a qualidade dos projetos em causa.
JpG critica os interesses partidários na gestão da Taipas Turitermas
A JpG começou por referir que das atividades prosseguidas e exercidas pela cooperativa, existe uma só que poderá ser de interesse público e por isso devendo ser promovida com dinheiros públicos a atividade termal. Todas as restantes são atividades que existem em concorrência desleal e direta com investimentos privados com oferta já existente no mercado e até excedentária.
Considerou ainda que a produção de sabonetes redundou num enorme falhanço.
Segundo a coligação a Taipas Turitermas, empresa municipal, pratica preços de mercado: na fisioterapia, na clínica médica, nas piscinas e no parque de campismo e mesmo assim, nos últimos cinco exercícios apresentou quatro com resultados negativos. A empresa municipal apresenta, a esta data, resultados transitados negativos acumulados de 638.150,71.
Prosseguindo nas criticas à gestão da Taipas Turitermas, foi dito que a cooperativa, nos últimos três anos acentuou o seu défice de exploração corrente significando que os custos correntes têm crescido a ritmo superior às receitas correntes.
A JpG diz que a gestão de pessoal da cooperativa é acima de tudo político/ partidária: desde a funcionária de limpeza; às auxiliares; às fisioterapeutas e, agora, aos médicos. Quem mostrar afeição e der provas evidentes de votar, nas Taipas, no Partido Socialista, é meio caminho andado para conseguir emprego.
A CMG não ficou imune às criticas da coligação. O terreno onde vai ser edificado o polidesportivo é pertença do município; logo, nada impedia a Câmara de decidir ela própria construir o polidesportivo. Tal decisão, construir por intermédio da Taipas Turitermas, não é mais do que descartar a hipótese de delegação de competências de gestão dos espaços verdes e, por essa via, tentar alargar a influência do PS Taipas na vila contra a Junta de Freguesia.
A CMG é acusada de afundar milhões na Taipas Turitermas, sem que isso signifique que a vila esteja mais atrativa pois os milhões têm sido mal direcionados.
Na opinião da coligação se fossem direcionados para a atividade termal propriamente dita e, em simultâneo, com um projeto sério de requalificação da zona envolvente; com uma determinação forte de despoluição da Ribeira da Canhota e do Rio Ave, teríamos um projecto que iria de encontro sério ao desenvolvimento das Taipas e do interesse geral.
Diz ainda que da forma que está a ser feito, estamos no domínio do dinheiro público a ser usado em proveito de alguns e não da comunidade em geral e por esse facto o aumento de capital da Taipas Turitermas não deverá ter o apoio da coligação e dos deputados.
Contudo a JpG diz que tal não significa que o mesmo montante não seja investido nas Taipas e era tempo de a Câmara respeitar os princípios da descentralização administrativa, da complementaridade, e da prossecução do interesse realmente público, de todos, e em articulação com a freguesia enquanto depositária mais direta dos interesses locais. Conclui reclamando investimento para as Taipas, mas que não seja um investimento sectário e com objetivos puramente políticos.
Junta de Freguesia aceitou retirar proposta de venda da Pensão Vilas por proposta da CDU
O último ponto da ordem de trabalhos visava autorizar a Junta de Freguesia a vender o direito de propriedade do prédio conhecido por Pensão Vilas à ADIT - Associação para o Desenvolvimento Integrado das Taipas, pelo preço de 258 mil euros, com a simultânea obrigação desta IPSS assumir a importância em divida à anterior proprietária Bruno Machado da Silva Sociedade Unipessoal, S.A, no montante de 66 mil euros, com exoneração da freguesia da correspondente obrigação.
A CDU, pela voz de Cândido Capela Dias, levantou algumas dúvidas do ponto de vista formal, com insuficiências no que toca à proteção do objeto final para aquele espaço, uma residencial sénior, e politicamente entende que há falta de informação para poder votar em consciência esta proposta. Neste sentido manifestou muita dificuldade em votar favoravelmente esta proposta e propôs à Junta de Freguesia que retirasse a proposta para voltar a ser apresentada numa futura assembleia.
O PS juntou-se às dúvidas da CDU e acrescentou outras, desde logo a falta de um parecer da CCDR-N sobre a legalidade da proposta. Acusou a Junta de Freguesia de não fornecer a mesma informação e documentação a todas as forças políticas representadas na assembleia de freguesia. Questionou como se chegou a este valor patrimonial. Porquê este preço? E porquê a venda ser feita à ADIT?
O PS considera que esta IPSS está numa situação de fragilidade com a dívida de 350mil euros reclamados pela construtora que começou a construir a residencial sénior e que esta associação não tem provas dadas na ação social.
Questionou ainda se a Junta de Freguesia ponderou todas as possibilidades legais daquele edifício ficar em poder da freguesia, mostrando-se disponível para trabalhar em conjunto com o executivo para arranjar uma solução melhor.
Perante os factos trazidos à discussão e dúvidas levantadas, o presidente da Junta de Freguesia, Constantino Veiga, comunicou que retirava a proposta para a reapresentar numa sessão extraordinária a convocar para o efeito, mas apelou ao bom senso de todos os partidos políticos, referindo que esta proposta não poderia ficar sem decisão por muito mais tempo, dado que haverá compromissos assumidos pelas entidades envolvidas, com prazos definidos.