Contas de 2023 aprovadas pela maioria: feira continua a ser a maior receita
Um dos pontos que mereceu a atenção dos deputados da Assembleia de Freguesia taipense, realizada em 29 de abril, foi a aprovação do relatório de atividades e contas de 2023. As contas da Junta de Freguesia referentes ao último ano foram aprovadas pela maioria socialista, com cinco votos contra dos membros da coligação Juntos Por Guimarães. Apresentadas pelo tesoureiro Augusto Mendes, as contas da Junta de Freguesia de Caldelas continuam a ter como principal fonte de receita a feira semanal, que no último ano rendeu 118.451 euros.
“Pela primeira vez em vários anos foi possível fazer um novo sorteio e ter uma ocupação mais efetiva da feira”, sustentou o tesoureiro, complementando que, “dos 70 lugares a concurso”, ainda há 56 disponíveis. “Temos uma feira justa para quem lá trabalha. Não temos ninguém na feira que não tenha o pagamento em dia”, disse, vincando o contraste com o que acontecia no passado, com feirantes a usufruírem da feira apenas nos principais meses. Augusto Mendes mencionou ainda que “a Junta tem tentado ser criativa na captação de receitas”, dando conta das receitas amealhadas com os bares da Praia Seca e do Antigo Mercado desde 2021, ano em que foram inaugurados: o montante ascende a 34.720 euros.
Comentando as contas, Manuel Ribeiro aludiu que os recursos humanos da Junta têm “vindo sempre a aumentar” nos últimos anos e considerou que “a existência de 56 lugares por atribuir” na Feira Semanal é “um elemento de preocupação”. Ainda sobre este tema, o deputado social-democrata assinalou que “há oito lugares ocupados por uma obra particular em curso”, questionando “de que forma a freguesia é ressarcida” por isso. Da mesma força política, Constantino Veiga também usou da palavra neste ponto, para destacar que “a feira é muito importante para a região, não só pela vertente financeira, mas para o desenvolvimento económico que proporciona”. “Traz a região para aqui e é importante dinamizar”, disse. Atirou depois, de forma irónica, que “os feirantes dizem que dentro de pouco tempo vai ter muitos lugares para disponibilizar”.
Em resposta, Luís Soares explicou que “a feira que temos hoje é diferente e vai ser cada vez mais diferente”, vaticinando que “os feirantes tradicionais que enchiam a feira têm os dias contados”. “Nos shoppings e online, há roupas mais baratas do que na feira”. Nesse sentido, o presidente da Junta crê que a feira “deve ser cada vez mais vocacionada para os frescos”, reforçando a ideia já transmitida anteriormente de que a ambição passa por fazer uma “intervenção no recinto da feira”. Ainda assim, Luís Soares destacou, perante uma plateia repleta, que “hoje há justiça” no procedimento de ocupação da feira. “Aqueles que só vinham cá nos meses bons no resto do ano estavam-se a marimbar, concorrendo com quem pagava de forma justa. Isso já não acontece”, frisou. Relativamente aos oito lugares ocupados pela obra que está a ser feita, a construção do prédio, Augusto Mendes disse que “os lugares foram trocados” e a indicação para a não utilização dos lugares em causa partiu da Proteção Civil.