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Coligação Juntos por Guimarães avança no norte, mas PS resiste

Alberto Couto
Política \ terça-feira, outubro 14, 2025
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A vitória histórica da coligação em Guimarães teve reflexos a norte do concelho: o PS manteve a maioria das freguesias, mas JpG conquistou terreno em zonas antes socialistas.

Guimarães viveu um momento histórico nas Eleições Autárquicas 2025. A coligação Juntos por Guimarães (PPD/PSD.CDS-PP), liderada por Ricardo Araújo, conquistou a Câmara Municipal com 45,33% dos votos, garantindo maioria absoluta e pondo fim a 36 anos de governação socialista.

O Partido Socialista (PS), com Ricardo Costa como candidato, arrecadou 37,50%, uma quebra expressiva face aos 48,06% obtidos em 2021. O Chega, liderado por Nuno Vaz Monteiro, firmou-se como terceira força política com 8,06%, conquistando pela primeira vez representação no executivo municipal.

Na Assembleia Municipal, o cenário manteve-se competitivo: Juntos por Guimarães foi a força mais votada com 41,53% (25 mandatos), , somados a 24 presidentes de junta que ocupam lugar na Assembleia Municipal por inerência do cargo, seguido do PS com 36,85% (22 mandatos) a que acrescem os 30 presidentes de junta eleitos. O Chega consolidou o seu crescimento com 10,18% e seis eleitos, enquanto a CDU obteve 3,97% e a Iniciativa Liberal manteve um mandato. A participação eleitoral subiu para 70,10%, refletindo maior mobilização do eleitorado.

Nas assembleias de freguesia, o PS manteve-se como vencedor global, com 43,69% dos votos e 248 mandatos, enquanto a coligação Juntos por Guimarães conquistou 40,78% e 228 mandatos.

Contudo, a leitura do mapa político a norte do concelho revela mudanças significativas que espelham o novo equilíbrio local.
Nas freguesias do norte vimaranense, o Partido Socialista preservou uma presença sólida, mantendo o controlo em Caldas das Taipas, Brito, Longos, Barco, Briteiros Santo Estêvão e Donim, Sande São Martinho, Sande Vila Nova e Prazins Santo Tirso, confirmando a força das suas estruturas locais e da implantação social nas comunidades.

Já a coligação Juntos por Guimarães avançou em várias freguesias vizinhas, consolidando-se como força dominante em Prazins Santa Eufémia, Sande São Clemente, Selho São Lourenço e Gominhães, Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar, Sande São Lourenço e Balazar, e nas uniões de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia.

Este resultado confirma uma deslocação do voto tradicional: enquanto o PS manteve domínio nas áreas de maior densidade populacional e histórica influência socialista — como Caldas das Taipas ou Brito —, a coligação conseguiu ganhar expressão em freguesias intermédias e periurbanas, onde o eleitorado procurou mudança e renovação.

Em freguesias como Souto Santa Maria e Gondomar ou Sande São Clemente, que haviam oscilado nas últimas autárquicas, o PSD-CDS-PP consolidou agora uma presença que espelha o novo ciclo político do concelho.

No conjunto das freguesias a norte, o Partido Socialista continua a deter a maioria das presidências de junta, mas a coligação Juntos por Guimarães emerge como alternativa consolidada, encurtando distâncias e conquistando zonas até agora consideradas bastiões do PS.

A vitória global de Ricardo Araújo à frente da Câmara Municipal reflete-se, assim, também a norte do concelho, onde se desenha um novo equilíbrio político entre tradição e mudança. O ciclo autárquico de 2025 deixa claro que o norte de Guimarães será um dos principais palcos da disputa política no futuro próximo.

 

Créditos Fotográficos: Facebook Juntos por Guimarães