Cícero Lins nos Banhos Velhos
Com entrada livre, o cantor brasileiro estará esta sexta-feira, 5 de julho, no espaço cultural dos Banhos Velhos, a partir das 22 horas e aceitou responder a algumas questões colocadas pelo Reflexo.
Primeiro foi a experiência do trabalho individual e agora, com o último disco, volta a trabalhar com uma banda. O que ditou esta escolha?
Um disco acaba por influenciar o próximo, assim como uma turnê influencia a próxima. A vontade veio ao ver o grupo de músicos que se formou ao longo das últimas turnês, da vontade de registrar esse encontro em disco.
Como vivem os temas do disco “Cícero & Albatroz” sem a banda? Por exemplo, num concerto a solo recorre mais a canções de discos anteriores?
As músicas retornam ao formato original delas, pois normalmente faço-as da forma como apresento nesse concerto: sozinho, com pedais e a guitarra. Os arranjos com banda vêm num segundo momento, de ensaio.
Os textos do disco remetem para ambientes físicos muito próprios: a ilha, a cidade, o velho sítio. Que lugares são estes?
Lugares reais, dentro e fora da minha cabeça. O sítio do pai (que aqui se chama quinta) também é um lugar afetivo que eu visito internamente, emocionalmente, mentalmente. Assim como a Ilha Grande onde minha mãe viveu parte da infância, que também é um lugar dentro da minha cabeça. As imagens dialogam nesse sentido, de serem reais e emocionais ao mesmo tempo. Lugares físicos e não-físicos.
“A Praia” foi escrito em São Paulo, “Cícero & Albatroz” no Rio de Janeiro. Consegue imaginar um disco feito numa cidade portuguesa? Que nuances teria?
Estou a fazer o meu novo disco aqui em Portugal, em Lisboa. As nuances estão a desvendar-se agora. Daqui a alguns meses poderei responder melhor a essa questão!
Cícero esteve em Portugal há cerca de um ano. As vindas a Portugal são frequentes? Leva de cá alguma coisa?
Venho cá tocar todos os anos, desde 2013. Teve um ano que vim duas vezes, com dois concertos diferentes. Sinto-me mesmo bem aqui. Sou do Rio de Janeiro, há uma similaridade enorme na urbanização, no clima, no traço das pessoas. Sempre levo e trago coisas. De lá e pra lá.
Tem acompanhado o que se tem feito em Portugal em termos musicais? Algum artista cujo trabalho não se importe de destacar?
Tenho acompanhado tudo. Gosto de muita coisa. Nesse concerto a solo toco uma do Manel Cruz, no projeto “Foge Foge bandido”. Gostei muito de “Não Te Aborreças”, da Ganso, hoje mais cedo estive a ouvir “Lembra-me um sonho lindo”, do Fausto, ouço muita coisa.
O que podemos esperar do concerto nos Banhos Velhos?
As músicas despidas do arranjo, reduzidas ao essencial: Eu, os acordes e as palavras.