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Chega de Guimarães apresenta programa eleitoral

Sofia Rodrigues
Política \ terça-feira, outubro 07, 2025
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O Chega apresentou o seu programa eleitoral em Guimarães, propondo uma transformação profunda do concelho, com medidas nas áreas da mobilidade, habitação, ensino, segurança, economia e cultura.

O Chega de Guimarães apresentou o seu programa eleitoral sob o lema de uma “transformação profunda” que pretende tornar o concelho “mais dinâmico, culturalmente vivo e adaptado às reais necessidades dos vimaranenses”. O partido sublinha que as suas medidas são “claras e concretas” e abrangem áreas como mobilidade, habitação, segurança, economia, ensino e cultura. O objetivo, afirma o Chega, é “acordar Guimarães do marasmo em que está adormecida”.

Mobilidade: soluções práticas e sustentáveis

A mobilidade é uma das principais bandeiras do programa. O partido defende a abolição imediata das portagens em todas as ligações do concelho e na via Guimarães-Braga, além da criação de um nó de ligação à A11 em Brito. Propõe ainda a construção de uma “Circular Externa de Guimarães”, em quatro fases, ligando Serzedelo a Caldelas, Vizela, São Torcato e fechando um anel completo ao fim de 15 anos, com o objetivo de descongestionar o centro urbano.

Outra medida de destaque é o projeto “Vai-e-Vem”, um serviço gratuito de mini-bus elétricos que ligará os principais pontos da cidade - do Multiusos ao Hospital Senhora da Oliveira - promovendo uma mobilidade mais acessível e sustentável, reduzindo o tráfego automóvel e incentivando o uso de transportes públicos.

Valorização da história e cultura vimaranense

O Chega pretende “dar vida a Guimarães” através da promoção do seu património histórico e cultural. Entre as propostas está o regresso do Rally de Guimarães, o reforço das Festas Gualterianas com o seu simbolismo original e a criação de uma programação alargada para o evento “Guimarães Cidade Natal e Noite Branca”.

O partido defende também a devolução do mercado municipal ao centro da cidade, como forma de revitalizar o comércio tradicional, e o reforço do Teatro Jordão enquanto centro cultural ativo, com programação regular, espaços de ensaio e oficinas artísticas.

Educação: qualidade, inovação e apoio às famílias

Na área da educação, o Chega propõe a reconfiguração das CAF e AEC’s, defendendo atividades mais lúdicas e fora do contexto escolar, em parceria com associações e entidades locais. O programa inclui também a criação de uma bolsa de assistentes operacionais para colmatar ausências nas escolas, bem como a melhoria das condições de trabalho.

Outra prioridade é a alimentação escolar, propondo o regresso à confeção das refeições nas próprias escolas, garantindo qualidade e diversidade alimentar. O partido quer ainda modernizar as infraestruturas tecnológicas, substituir os quadros de giz por quadros interativos e assegurar melhores condições térmicas nas salas.

O Chega defende ainda uma desburocratização do trabalho docente, transferindo tarefas administrativas para outros funcionários, e uma racionalização dos projetos promovidos pela autarquia, privilegiando a qualidade sobre a quantidade.

Desporto e ambiente: saúde, inclusão e civismo

O partido apresenta um plano integrado de desporto e ambiente com foco no bem-estar e na organização urbana. Propõe a requalificação urgente de infraestruturas desportivas, a criação do programa “Desporto Jovem” para incentivar modalidades até aos 25 anos, e o “Desporto +65” voltado para a população idosa.

O Chega quer também promover Guimarães como cidade do desporto e turismo, atraindo provas nacionais e internacionais. Em termos ambientais, o programa inclui o projeto “Guimarães Alerta”, um canal direto para reportar problemas urbanos, e um plano municipal de limpeza e ordenamento contínuo das vias e espaços públicos.

Saúde e qualidade de vida: apoio às famílias e idosos

Na área da saúde, o Chega propõe a comparticipação de tratamentos e produtos farmacêuticos para crianças com doenças raras e o reforço do apoio domiciliário a idosos. O partido defende a melhoria das condições das Unidades de Saúde Familiar, com obras de requalificação, climatização e mais estacionamento.

Entre as medidas de apoio social, destacam-se a ampliação da rede de creches e lares, a criação de pontos de acesso digital nas Juntas de Freguesia e o projeto “Crescer Melhor”, destinado a apoiar bebés que passaram por internamento neonatal, com acompanhamento especializado em casa.

Segurança e ordem pública: prevenção e dignidade

A segurança é apontada como uma prioridade. O partido propõe a instalação de câmaras de videovigilância em pontos estratégicos do concelho e o reforço da presença policial nas ruas e zonas comerciais. O Chega quer ainda garantir melhores condições em quartéis e esquadras, e reforçar a cooperação entre as forças de segurança e o município, “devolvendo dignidade e respeito aos agentes”.

Habitação: soluções rápidas e acessíveis

Para responder à crise habitacional, o Chega propõe a promoção de habitações pré-fabricadas como solução imediata, económica e sustentável. Apresenta também o projeto “Residência Jovem Vimaranense”, que prevê rendas mais baixas para jovens trabalhadores e estudantes.

Outras medidas incluem a simplificação dos processos de licenciamento, o incentivo à habitação pública coletiva para profissionais deslocados e o apoio à construção de habitação acessível, com menos burocracia e maior transparência.

Desenvolvimento económico: atrair investimento e criar emprego

O Chega quer transformar o turismo e a tecnologia nos motores do desenvolvimento vimaranense. Propõe a promoção de eventos culturais e desportivos, mais estacionamento a preços acessíveis e a criação de parcerias entre o município e a Universidade do Minho para atrair empresas tecnológicas.

O programa prevê ainda a construção de dois novos parques industriais, redução de impostos municipais para novas empresas, incentivos à contratação local e à reconversão profissional, e a criação de zonas industriais verdes com práticas sustentáveis.

O Chega afirma que o seu programa é uma resposta “às necessidades reais dos vimaranenses” e que a sua execução representa uma nova etapa para o concelho. “É tempo de dizer Chega e rumar ao futuro”, conclui o documento, que promete devolver dinamismo, transparência e orgulho à cidade-berço.