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Após dignas comemorações do centenário, CC Taipas quer “passo em frente”

Tiago Dias
Desporto \ segunda-feira, novembro 27, 2023
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Comissão do centenário enaltece trabalho e presidente vê “mística a voltar” num clube de “braço dado com a vila”. Presidente da assembleia geral diz que assumir o Taipas não pode ser para qualquer um.

Mais de 300 pessoas reuniram-se numa quinta em Santo Emilião, para o jantar que assinalou o 100.º aniversário do Clube Caçadores das Taipas, numa iniciativa da comissão do centenário. Incumbido de abrir o leque de discursos protocolares, o porta-voz dessa comissão defendeu que “a força do Clube Caçadores das Taipas é aquilo que os sócios fizerem dele” e enalteceu o trabalho dos sócios que contribuíram para umas comemorações dignas da efeméride consumada na quinta-feira passada, 23 de novembro.

“Uma palavra de reconhecimento a todos os elementos da comissão do centenário, a trabalhar de forma voluntária durante mais de um ano, sem qualquer interesse, mas só por amor ao Caçadores das Taipas. Comemorações tiveram um patamar que dignificam o clube”, realçou Vasco Marques.

O jantar inclui precisamente a entrega de uma camisola do centenário do CC Taipas a cada membro dessa comissão, a atribuição de uma lembrança a cada um dos 18 membros dos órgãos sociais do emblema verde e branco e a distinção dos 53 sócios com 25 anos de filiação e dos 18 que já atingiram a marca dos 50 anos.

Responsável por conduzir esses momentos formais, o presidente do CC Taipas, Bruno Ferreira, exprimiu “imenso orgulho” pelos 100 anos ao serviço da comunidade, lembrou o fundador e primeiro presidente, Alfredo Fernandes, e mostrou-se convicto de que os javalis estão mais fortes do que há ano e meio, quando assumiu os destinos do clube. “Encontrámos um clube fragilizado, um pouco à deriva. Hoje temos um Taipas diferente, com uma formação em grande crescimento e todos os escalões em competição. Temos também uma equipa sénior com ambições. E vejo a mística a voltar, os taipenses unidos, o clube de braço dado com a vila”, reiterou.

Ao lado, a encerrar o desfile de oratória, o presidente da assembleia geral lembrou os problemas estruturais das instalações do CC Taipas – chuva no balneário, relvado em péssimas condições e falta de iluminação. Aquilino Ferreira diz que é premente resolver esses problemas, sem, porém, abrir mão do comando do clube em favor de uma pessoa sem provas dadas. “Não podemos permitir que qualquer pessoa possa assumir os destinos do clube. (…) “Precisamos de dar um passo em frente, e isso só é possível com o apoio dos nossos colegas e amigos”, referiu.

 

 

“Juntar a comunidade ao clube e o clube à comunidade”

Presente no jantar, o último momento do programa oficial do mês do centenário, o presidente da Junta de Freguesia de Caldelas defendeu os objetivos são alcançados “sempre que uma comunidade se une em torno de um objetivo comum”, mesmo que haja diferenças nos processos defendidos para os alcançar. “Nunca as diferenças foram impedimento para que o centenário tivesse o brilhantismo que tem tido”, disse Luís Soares, agradecendo o trabalho da comissão do centenário.

Convencido de que o Taipas continua a precisar do tempo das pessoas, o também deputado na Assembleia da República lembrou que é preciso aproveitar o balanço de um ano de trabalho para se pensar o futuro. “O centenário começa hoje. Temos oportunidade de aproveitar o balanço destes últimos 365 dias para juntar a comunidade ao clube e o clube à comunidade. A Junta de Freguesia tem toda a disponibilidade para fazer com que essa ligação seja cada vez mais forte”, referiu.

Também o vereador da Câmara Municipal de Guimarães para o desporto, Nelson Felgueiras, desafiou os presentes a refletirem sobre o que querem para os próximos 100 anos do CC Taipas, um clube em que jogou nos escalões de formação e que vê como seu. “Estou cá em representação do município, mas também como sócio deste clube, de uma casa que me deu muito. O jeito para jogar à bola não era muito, mas o clube deu-me muito”, referiu.

Ciente de que “100 anos não são 100 dias”, o vereador frisou que o clube de futebol é a instituição que “tem levado mais longe o orgulho de se ser das Taipas”, algo que crê natural face às emoções que o desporto causa. “Os clubes são manifestações de amor à nossa terra. Quando gritamos golo, estamos a fazer algo mais do que gritar golo do nosso clube. Isso dá naturalmente mais responsabilidade ao Taipas”, acrescentou.

Já o vice-presidente da Associação de Futebol de Braga, Miguel Azevedo, realçou que o CC Taipas “precisa de todos para um caminho de crescimento e sustentabilidade”.