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CART e a possibilidade de fazer história

Hugo Marcelo
Desporto \ sábado, dezembro 18, 2021
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Há festa da Taça de Portugal no Pavilhão do CART este sábado, às 18h30. Jogo com o Parede FC é um confronto entre o campeonato regional e o nacional, entre a terceira e a primeira divisões.

A vida está a correr bem à equipa de hóquei em patins do CART – Centro de Atividades Recreativas Taipense na época 2021/2022. Na série Norte A da III Divisão, o registo é positivo: em nove jogos, contam seis triunfos, um empate e duas derrotas. Contas feitas, os 19 pontos somados colocam os comandados de Orlando Ribeiro no 3.º posto, a um ponto de uma posição que pode resultar na promoção ao escalão superior. Em paralelo, a equipa vimaranense ainda está na corrida da Taça de Portugal e no horizonte está um jogo que pode “marcar carreiras”.

É o quinto capítulo do CART na Taça de Portugal e o melhor desempenho já foi igualado: chegar aos 32-avos-de-final da prova. Para trás ficou a 1.ª eliminatória. No início de novembro, a formação taipense recebeu e venceu o FC Oliveira do Hospital pela margem mínima e carimbou, com o resultado de 6-5, a passagem à fase seguinte. No futuro está, pois, o jogo dos 32-avos-de-final, a possibilidade de fazer história e uma equipa da primeira divisão: o Parede Foot-ball Club.

O adversário do CART vai sair de Parede, em Lisboa, e viajar até às Caldas das Taipas para disputar a próxima eliminatória da Taça de Portugal às 18h30 do próximo dia 18 de dezembro. Há outra viagem que se esconde no percurso de mais de 380 quilómetros que separa as sedes dos clubes e que marca encontro entre formações de patamares diferentes. O encontro entre o CART e o Parede FC é um confronto entre o campeonato regional e o nacional, entre a terceira e a primeira divisões. Orlando Ribeiro, treinador da equipa taipense, reconhece o fosso que separa as duas formações, mas garante que os seus jogadores não se dão por vencidos antes de disputar o jogo e que vão fazer aquilo que fazem sempre: “tentar ser o mais competitivos possível”.

O momento que vive o primodivisionário Parede FC contrasta com o momento atual do CART. Se os lisboetas somam por derrotas os dois últimos jogos para o campeonato, os vimaranenses contam triunfos. Se os lisboetas estão na zona de despromoção da primeira divisão, os vimaranenses aproximam-se do topo da tabela classificativa da III Divisão. Ainda assim mantêm-se as distâncias e os argumentos pesam a favor do adversário. É isso que faz com que o timoneiro do CART admita que espera um jogo em que a sua equipa esteja sem bola na maior parte do tempo – não por iniciativa própria, mas “fruto de o adversário nos obrigar a isso” –, mas a estratégia está delineada: “nunca tirar o foco da baliza, tentarmos ser competitivos, tentar chegar à baliza e fazer golo e sermos solidários”.

Orlando Ribeiro admite, sem qualquer vestígio de derrotismo no discurso, que a “a Taça não é para nós”, mas não resiste a traçar o futuro se a história se escrever e o CART passar aos 16-avos-de-final. “Há essa motivação: se passarmos, o crivo aperta muito e estamos sujeitos a ter um jogo ainda mais aliciante do que este para as nossas carreiras”, diz. O sorteio ditou que o jogo se vai disputar no Pavilhão do CARTaipense e esse é um dos argumentos a favor dos anfitriões, que contam viver um ambiente diferente do habitual e “mais gente” nas bancadas. O timoneiro afiança que o público é “uma vitamina para os jogadores” e que eles “vão necessitar dela em muitos momentos do jogo”. O objetivo assumido é, antes de pensar no triunfo, “dignificar o CART, os jogadores e o hóquei em patins que se pratica na III Divisão”. Garantia há só uma: “nós estamos aqui e podem contar connosco”. Palavra de treinador.