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Guarda-redes Vítor Salgado dispensado do CART após ter recusado treinar

Redação
Desporto \ sábado, janeiro 06, 2024
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Hoquista de 40 anos alegou que lhe faltava um par de caneleiras e não tinha segurança para treinar. Diretor do CART vinca ter arranjado caneleiras e rejeita que integridade física estivesse em causa.

O guarda-redes Vítor Salgado deixou a equipa masculina de hóquei em patins do CART, encerrando assim o segundo ciclo no emblema taipense. O jogador de 40 anos foi dispensado depois de se ter recusado a treinar. “O Vítor Salgado foi efetivamente dispensado na semana passada. Essa decisão foi transmitida aos capitães de equipa pela minha boca na semana passada”, adianta ao Reflexo o diretor do CART para o hóquei , António Lima Pereira.

Após a dispensa, o hoquista disse ao jornal online Desportivo do Minho que recusou treinar por não ter material desportivo nas “melhores condições, mesmo de segurança”; o guarda-redes exigia um par de caneleiras de guarda-redes e alegou que o CART não tinha capacidade financeira para as dar. Vítor Salgado recusou treinar, mas disse à mesma publicação que tinha “a esperança de que se resolvesse a situação”, daí continuar a aparecer aos treinos.

Os diretores do CART para a modalidade comunicaram-lhe, porém, que não o queriam no plantel sem treinar, daí o dispensarem. António Lima Pereira confirmou ao Reflexo que foi esse o motivo da decisão. “Está no direito dele. Eu respeito a decisão de ele não treinar por achar que as caneleiras não estavam em condições. Fez finca-pé. Também é verdade que, enquanto diretor do CART, não posso continuar a ter um atleta que não treina e não joga”, referiu.

O dirigente reconhece que Vítor Salgado estava a pedir outras caneleiras desde o início da temporada e esclarece que o clube lhe disponibilizou umas caneleiras novas, que o guarda-redes não quis utilizar. “Ele disse que aquele tipo de caneleiras não servia. Fomos tentando corresponder àquilo que o Vítor Salgado pretendia”, prossegue.

Embora confirme essa reivindicação do atleta, António Lima Pereira rejeita que o guardião tenha alguma vez estado com a integridade física em risco. “É completamente falso. É mentira. Não passa pela cabeça de ninguém que eu ou outra pessoa da direção obriguem um atleta a treinar sem as condições de treino que garantam a integridade física. O Vítor Salgado não tinha a integridade física em causa”, frisa.

O responsável dá, aliás, o exemplo da substituição de uma viseira para reiterar que o CART está atento à integridade física dos seus jogadores. “Quando alguma coisa em falta coloca a integridade física do atleta em causa, ela é reposta. Prova disso mesmo é que, 15 dias antes de sair, o Vítor partiu a viseira da máscara. No dia seguinte, tinha uma viseira da máscara. Isso, sim, pode colocar em risco o atleta”, frisa.

 

 

Guarda-redes Vítor Salgado ao serviço da Juventude Pacense

Guarda-redes Vítor Salgado ao serviço da Juventude Pacense

 

“Beliscou a imagem do CART”

O dirigente reconheceu ainda que o CART atravessa “dificuldades financeiras”, mas gosta de “honrar compromissos”, daí priorizar o que é “imprescindível” para todo o plantel ter material para treinar. “Entendeu marcar posição a não treinar. Aparecia ao pavilhão e não treinava. Está no direito dele. Disse-lhe que respeitava a decisão dele, mas, se não é prioridade comprar caneleiras para o Vítor Salgado e se esse facto o impede de treinar, naturalmente não contava com ele”, salientou.

António Lima Pereira afirmou-se “muito surpreendido” com as declarações de Vítor Salgado, a seu ver injustas. “Não merecíamos aquelas declarações da forma que foram feitas. Não é a primeira vez que o Vítor estava connosco. Sempre o tratámos com o devido respeito. Ele beliscou a imagem do CART, coisa que até hoje nunca ninguém o tinha feito. Efetivamente, nunca ninguém tinha tido motivos para o fazer”, observou.

Jogador do CART entre 2011 e 2015 e entre as temporadas 2021/22 e 2023/24, Vítor Salgado referiu ao Desportivo do Minho que fez tudo para ajudar o clube “a atingir outros patamares” e que deixa o CART com o sentimento de “todo o trabalho deitado por água abaixo”, pela classificação – é 10.º classificado da 3.ª Divisão – Zona Norte A após 11 jornadas – e pela dispensa.