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Campo escutista é um sonho do Agrupamento 307 de Ponte

Alfredo Oliveira
Sociedade \ quinta-feira, agosto 15, 2019
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Nelson Martins é, desde 2018, o chefe do Agrupamento 307 e José Freitas é o tesoureiro. Foi com estes dois elementos que mantivemos uma conversa sobre este grupo escutista que vai marcando a vida da vila de Ponte.

Como surgiu o agrupamento?
O Agrupamento 307, da vila de Ponte, teve as suas origens a 9 de maio de 1937, com a criação do grupo 132, sendo apadrinhados nesta data pelos grupos 2,6, 116 e Alcateia 4, da cidade de Guimarães e dos grupos de Brito, Ronfe e Vermil. Neste dia, Francisco Pimenta e Augusto Pires da Cal fizeram a sua promessa como chefe e secretário, respetivamente. Nesta altura, também ficou decidido que o Senhor dos Aflitos seria o padroeiro deste grupo escutista, tendo como madrinha Raquel Batista de Sousa.

O grupo, sempre ativo, foi tendo um forte crescimento e levou à criação de um agrupamento que passou a ter o registo 307, a 1 de março de 1970.
O grupo surge em Campelos e, nos dias de hoje, está localizado em pleno centro da vila. Como foi essa mudança?

Nos tempos da formação do grupo 132, Campelos era um centro muito forte em virtude do seu desenvolvimento industrial. Com o passar dos tempos, fomos saltitando de lado para lado. Já estivemos na antiga escola, na antiga casa do padre (que já foi demolida), numa sala do salão paroquial, até surgir a atual sede a 25 de maio de 1996. Tratou-se de um projeto que envolveu todo o agrupamento, sendo de destacar a determinação do então chefe adjunto Miguel Ribeiro de Sousa e uma colaboração presente de José Freitas, bem como da comunidade local.

Quais as diferenças entre o escutismo de há uns anos atrás e o momento atual?
A sociedade vai mudando e o escutismo não passa ao lado. Poderemos estar a assistir à perda do espírito escutista dos tempos iniciais. O escutismo era “mais artesanal”, agora fazemos tudo com um computador ou telemóvel. O escutismo vive do “ar livre”, as suas principais atividades são passadas em contacto com a natureza. Os jovens gostam dessas atividades, mas a vida de um escuteiro não é só os acampamentos. Nós estamos associados ao catolicismo e não podemos esquecer essa vertente que tem de ser trabalhada. Temos de conciliar a vida escutista com a vida cristã. Não podemos esquecer que o assistente do agrupamento, com lugar permanente, é o padre. Quando o grupo escutista não trabalha em consonância com o padre, dá sempre problemas.
Voltando à questão, a vila de Ponte também tem um associativismo muito diversificado, um jovem pode ocupar os seus tempos livres de uma forma muito diversificada e, naturalmente, não vai poder participar em tudo o que gostaria, toma opções que podem não passar pelo escutismo.

Quais são as atividades, para além dos acampamentos, que marcam o agrupamento de Ponte?
A esse nível, sem dúvida, é o nosso concurso de Reisadas que teve a sua primeira organização em janeiro de 1983 e que nunca sofreu qualquer interrupção. Outra atividade que já perdura desde 1967 é a nossa tradicional Ceia de Natal onde juntamos a comunidade escutista.
Sobre os acampamentos, todos eles deixam histórias e boas memórias e marcam muito os jovens escuteiros; então o seu primeiro acampamento nacional é algo que eles não esquecem.

Quais os projetos deste atual mandato enquanto chefe do agrupamento?
O objetivo primordial da direção é manter a chama acesa do escutismo. É tentar que as seções participem em diversas atividades. A nível paroquial, manter a nossa forte presença nas iniciativas que a comunidade vai promovendo. Ter em atenção a manutenção da nossa sede que está a precisar de uma ou outra intervenção. Para isso conto com o apoio da adjunta Anabela Pereira, do tesoureiro chefe Freitas, da secretária Raquel Marques e do assistente padre Marc.

Vai sendo falada a possível instalação de um campo escutista junto à margem do rio Ave. Como é que esse projeto se encontra?
O senhor presidente da Junta falou dessa ideia de construção de um campo escutista. Tudo tem o seu tempo. Os terrenos têm proprietários, envolve muita negociação. É óbvio que se trata de um projeto que nos agrada muito e com o qual nos identificamos, mas sabemos que não será fácil, nem será de imediato, nem seria exclusivamente para o escutismo. O que posso dizer é… que é bom sonhar.

Uma última mensagem para os jovens que ainda não fazem parte do escutismo.
O escutismo dá muita atenção à vida espiritual, ao envolvimento coletivo e à iniciativa individual. Estas três vertentes são trabalhadas em conjunto e acreditamos que ajudam a formar melhores cidadãos. Um jovem que entra no escutismo tem outra visão do mundo, ganha um espírito de liderança, sabendo trabalhar em equipa. Por isso, apareçam.

Trabalho publicado na edição de Agosto do jornal Reflexo, à venda nos locais habituais